Banca de QUALIFICAÇÃO: MANUEL PEREIRA DO NASCIMENTO NETO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MANUEL PEREIRA DO NASCIMENTO NETO
DATA : 10/09/2024
HORA: 14:30
LOCAL: meet.google.com/vdv-brjt-xyd
TÍTULO:

O CIRCUITO ESPACIAL PRODUTIVO DA MANDIOCA NA PARAÍBA: TRADIÇÃO, RESISTÊNCIA E MODERNIZAÇÃO


PALAVRAS-CHAVES:

Circuito espacial produtivo; território usado; mandioca; fécula; Paraíba.


PÁGINAS: 162
RESUMO:

Considerar o circuito espacial produtivo da mandioca é evidenciar uma das tradições mais valiosas da alimentação brasileira, com grande relevância histórica, econômica e social. Em 2017, a ONU elegeu a mandioca como o alimento do século XXI. No Brasil, ela é registrada como um bem imaterial da cozinha brasileira pelo IPHAN. Inicialmente cultivada pelos indígenas, hoje é produzida em todo o país, fazendo do Brasil o quarto maior produtor mundial em 2021. O beneficiamento da mandioca, inicialmente realizado de forma rudimentar nas casas de farinha, hoje também ocorre em agroindústrias automatizadas que utilizam fécula de mandioca das regiões Sul e Sudeste. Apesar de sua produção modesta, a Paraíba tem uma tradição significativa no cultivo e processamento da mandioca, estando atualmente em processo de mudança. Nesse contexto, o objetivo do estudo é analisar a modernização do circuito espacial produtivo da mandioca na Paraíba. A investigação fundamenta-se na teoria dos circuitos espaciais produtivos, destacando a centralidade da circulação nas diversas etapas da produção, com foco na mandiocultura. A atenção com os círculos de cooperação possibilita reconhecer as articulações entre agentes e lugares nos processos de aquisição de matéria-prima, gestão, produção, distribuição e consumo. Utiliza-se a categoria analítica do território usado, com a compreensão que o espaço é utilizado pela sociedade, poder público, instituições, empresas e trabalhadores. O estudo enfatiza a modernização como um processo heterogêneo, complexo e abrangente, envolvendo diferentes níveis técnicos e combinando mudanças e permanências, intensificado na segunda metade do século XX e impulsionado pelo meio técnico-científico-informacional. A metodologia da pesquisa compreende três etapas: a pesquisa bibliográfica, que envolve a revisão de conceitos-chave nos livros e artigos científicos; a pesquisa de dados estatísticos e documentos, que inclui a coleta de dados no IBGE e outras instituições sobre a atividade agrícola nacional e estadual; e a pesquisa de campo, que consistiu em visitas técnicas a propriedades rurais, casas de farinha e agroindústrias de goma em 13 municípios paraibanos, com observação dos processos produtivos, registros fotográficos e entrevistas com responsáveis e trabalhadores. A cultura da mandioca tem um grande potencial como fonte de alimento, renda e desenvolvimento econômico para a Paraíba. No entanto, o cultivo tem estagnado nas últimas décadas, contrastando com o aumento da entrada de fécula de mandioca e a saída de goma de tapioca para outros estados. No período técnico-científico-informacional, as técnicas utilizadas nas casas de farinha da Paraíba são um híbrido de elementos novos e herdados, caracterizando-se por tradição, resistência e níveis variados de modernização. As agroindústrias representam a modernização do processo produtivo da goma de tapioca, introduzindo objetos técnicos modernos e estabelecendo novas relações de solidariedade e fluxos materiais e imateriais entre subespaços distantes do território estadual. Essas novas dinâmicas destacam a necessidade de políticas públicas que apoiem a modernização e a regularização das casas de farinha para que os pequenos produtores tenham acesso aos novos mercados, garantindo benefícios para todos os envolvidos no circuito espacial produtivo da mandioca na Paraíba.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1804177 - DIEGO SALOMAO CANDIDO DE OLIVEIRA SALVADOR
Interno - 1486670 - CELSO DONIZETE LOCATEL
Externo à Instituição - ANIERES BARBOSA DA SILVA - UFPB
Notícia cadastrada em: 22/08/2024 12:13
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