PODER FINANCEIRO E ELEIÇÕES ESTADUAIS NO BRASIL EM 2014, 2018 E 2022
Geografia Política. Geografia Eleitoral. Contabilidade. Eleições Estaduais. Brasil.
A pesquisa teve como objetivo analisar a importância dos aspectos financeiros nas eleições
majoritárias das Unidades Federativas (UFs) brasileiras nos pleitos de 2014, 2018 e 2022.
Quanto aos objetivos específicos, buscou-se: identificar as fontes de arrecadação das
campanhas eleitorais majoritárias das UFs; analisar a composição dos gastos das campanhas
eleitorais majoritárias das UFs; e analisar a influência das variáveis independentes e de
controles no êxito das campanhas eleitorais majoritárias das UFs. Nossa hipótese é de que a
variável financeira é um fator que influencia em campanhas eleitorais, possibilitando maior
alcance dos eleitores e o êxito eleitoral dos candidatos. Quanto aos procedimentos técnicos,
adotou-se a análise comparativa histórica e definiu-se como amostra as candidaturas dos eleitos
e não eleitos ao cargo de governador das 27 UFs nas eleições de 2014, 2018 e 2022. O
levantamento dos dados ocorreu por meio do DivulgaCand (TSE). Para verificar o
comportamento espacial dos dados através da localização, interação e representação dos
fenômenos, empregamos o software aberto Qgis versão 3.32.0. Para a construção do modelo
estatístico foi utilizado a técnica de Regressão Logística (Logit). Quanto às variáveis
dependentes, foi caracterizada como os candidatos eleitos e não eleitos ao cargo de governador.
Para as variáveis independentes, empregou-se as receitas e as despesas, financeiras e não
financeiras. Quanto as variáveis de controle, foram: reeleição, gênero, patrimônio do candidato,
IVS – infraestrutura e renda per capita. Os resultados mostraram que a variável “receita total”
recebida pelos candidatos, não obteve um bom nível de significância, ou seja, não influenciou
no caso dos eleitos. Da mesma forma, a variável “receita financeira” não obteve um bom nível
de significância. Considerando a variável “despesa total”, a mesma também não obteve um bom
nível de significância no caso dos eleitos. No entanto, a variável “despesa financeira” mostrou
que na medida que mais gastam, aumentam em 1% a probabilidade de serem eleitos. Sobre as
variáveis de controle, pode-se identificar que o “patrimônio” dos candidatos, mostrou que
quanto maior for seus recursos, maior será a razão de chances de êxito. Da mesma forma,
quando um candidato pleiteia a “reeleição”, sua razão de chances aumenta. Em termos
percentuais, tal aumento representa 15,14% a mais de probabilidade de ser eleito. Com relação
ao “gênero”, foi identificado que quando os candidatos são do gênero masculino, a sua razão
de chances de êxito é maior. Quanto ao “IVS - dimensão infraestrutura”, das cidades onde
residiam os candidatos no período eleitoral, quanto maior tal índice, maior a sua razão de
chances de êxito. Da mesma forma a “renda per capita”, pois quanto maior for esse indicador
nos estados em que concorreram, a sua razão de chances de êxito aumenta em 1%. Isto posto,
a hipótese da pesquisa foi respondida, pois identificamos que o candidato que gasta mais, tem
1% de chance a mais de êxito. Assim, a hipótese testada foi considerada positiva, aliada ainda
com as demais variáveis. Conclui-se que o modelo proposto ofereceu subsídios suficientes para
analisar a importância dos aspectos financeiros nas eleições majoritárias dos estados brasileiros.