Banca de QUALIFICAÇÃO: MARCOS ANTONIO ALVES DE ARAUJO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARCOS ANTONIO ALVES DE ARAUJO
DATA : 26/06/2018
HORA: 09:00
LOCAL: Sala 520 do Departamento de Geografia
TÍTULO:

TERRITÓRIO, TÉCNICA E ELETRIFICAÇÃO: AS NOVAS CONFIGURAÇÕES DO CIRCUITO ESPACIAL DE PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO RIO GRANDE DO NORTE


PALAVRAS-CHAVES:

Território. Energia Elétrica. Energia Eólica. Circuito Espacial de Produção. Macrossistema Elétrico Nacional.


PÁGINAS: 240
RESUMO:

A expansão do meio técnico-cientifico-informacional no mundo contemporâneo tem gerado uma demanda crescente por produção de energia elétrica em escala global, especialmente,a partir de fontes renováveis não-convencionais, como a eólica, a solar e a biomassa. A procura por novas fontes tem ocorrido desde a década de 1970, em virtude da reorganização da geopolítica energética internacional provocada pelos choques do petróleo e seus impactos negativos na economia dos países importadores da OCDE; de inversões públicas e privadas na descoberta e avanço de novas tecnologias de geração e transmissão de energia elétrica; dos riscos socioambientais envolvendo o uso de algumas fontes tradicionais, como a termonuclear; e da emergência da questão ambiental e sua transformação em negócio de mercado. Nesse sentido, novos lugares têm se especializado na produção de eletricidade a partir do uso do potencial energético renovável disponível em seu meio ecológico, se tornando nichos de mercado. No Brasil, país cuja matriz elétrica está assentada, predominantemente, na fonte hidráulica, o desenvolvimento de projetos de geração de energia elétrica com base na utilização de fontes eólica, biomassa e solar, tem feito com que subespaços do território nacional, historicamente demandantes de eletricidade, se tornem também provedores, como é o caso do Rio Grande do Norte. Nos últimos anos, os potenciais eólico e solar, disponíveis em abundância nesse estado, despertaram o interesse de investidores nacionais e internacionais, o que fez sua capacidade elétrica instalada aumentar de 17 MW em 2003, para 4.245 MW em 2018, dos quais 85% é de origem eólica (ANEEL, 2018).Essa capacidade, ao ser convertida em produção, inverteu a posição histórica do estado no âmbito do subsistema Nordeste, do SIN, passando de importador a exportador de energia elétrica. No contexto dessa nova configuração, se deu a ampliação e a renovação de sua base material elétrica mediante a instalação de novos fixos, como unidades geradoras, subestações e linhas de transmissão. Logo, a tese que aqui se apresenta defende que esse processo, conduzido pelo subcircuito eólico, possibilitou a expansão do macrossistema elétrico nacional no Rio Grande do Norte, reorganizando o território em suas dimensões técnicas, normativas e institucionais. Diante disso, ao revisitar os estudos de Geografia da Energia realizados por Max Sorre (1948, 1967), Pierre George (1952) e Gerald Manners (1964), objetivamos compreender as novas configurações do circuito espacial de produção de energia elétrica no Rio Grande do Norte a partir do uso corporativo do território pelo setor eólico, destacando o processo de expansão do macrossistema elétrico nacional no meio geográfico potiguar. Para tal, recorremos ao uso da teoria do circuito espacial de produção, assentada na tradição intelectual marxiana e no pensamento do geógrafo Milton Santos. Os resultados parciais nos conduzem a afirmar que as novas configurações desse circuito produtivo no Rio Grande do Norte ampliaram a sua estrangeirização, sua financeirização e sua oligopolização em decorrência da fusão e concentração de capitais e da compra de ativos nacionais por empresas internacionais, sobretudo, espanholas e, mais recentemente, chinesas, que controlam, majoritariamente, as etapas de geração, distribuição e comercialização de eletricidade no estado. Isso nos leva a concluir que vem ocorrendo no território potiguar um processo, outrora observado por Milton Santos no território brasileiro, de expansão dos espaços nacionais da economia internacional, agora através da energia elétrica.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - DENIS CASTILHO - UFG
Presidente - 2346233 - FRANCISCO FRANSUALDO DE AZEVEDO
Interno - 967.384.054-72 - JANE ROBERTA DE ASSIS BARBOSA - UFRN
Notícia cadastrada em: 12/06/2018 10:07
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