EFICÁCIA E SEGURANÇA DOS TRATAMENTOS TÓPICOS PARA O LÍQUEN ESCLEROSO
Líquen Escleroso Vulvar, Qualidade de Vida, Corticosteroides, Imunomodulador, Saúde e bem-estar da mulher.
Introdução: O Líquen Escleroso (LE) é uma condição inflamatória da pele que ocorre predominantemente em mulheres, afetando a área genital, causando dor, ardor e prurido, interferindo nas relações sexuais e afetando negativamente a qualidade de vida dessas pacientes, além de aumentar o risco do surgimento de câncer vulvar. Objetivos: Avaliar a eficácia e a segurança dos tratamentos tópicos e técnicas terapêuticas utilizadas na redução dos sintomas do LE. Métodos: As diretrizes Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) foram seguidas. Realizou-se uma busca nas bases de dados PubMed, Embase, Scopus, Web of Science, Cochrane Central Register of Controlled Trials e Clinical Trial Databases em 18 de junho de 2025. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados que compararam intervenções tópicas e técnicas terapêuticas para o tratamento do LE. O risco de viés foi avaliado por meio da ferramenta Cochrane Risk of Bias Tool (RoB 2.0). Resultados: No total, 2.240 artigos foram identificados nas bases de dados. Desses, 28 estudos atenderam aos critérios de elegibilidade e foram incluídos na revisão sistemática, totalizando 1.054 participantes. A idade média das pacientes variou entre 34 e 67 anos. As intervenções mais utilizadas foram: laser (Nd:YAG e CO₂), seguido por clobetasol, tratamento hormonal (testosterona e progesterona), tacrolimus, pimecrolimus e fototerapia. Comparado a outras intervenções (tacrolimus, fototerapia, progesterona e testosterona), o clobetasol mostrou-se superior ou igualmente eficaz. Em relação ao laser, os estudos demonstraram superioridade em relação ao clobetasol na melhora dos escores clínicos, com maior satisfação e qualidade de vida relatadas pelas pacientes. No entanto, alguns estudos não observaram diferença estatisticamente significativa entre o laser e o placebo. A maioria dos estudos incluídos apresentou baixo risco de viés. Conclusões: O clobetasol continua sendo o tratamento mais eficaz e seguro para o LE. No entanto, terapias com laser e fototerapia têm se mostrado promissoras, com boa eficácia e aceitação pelas pacientes, especialmente em casos refratários ou intolerantes aos corticosteroides.