Impacto do consumo de alimentos ultraprocessados em desfechos maternos-infantis de peso entre mulheres com Diabetes Mellitus Gestacional
Gravidez de Alto Risco; Nutrição Materna; Consumo de Alimentos; Ganho de Peso na Gestação; Peso ao Nascer.
Embora a literatura apresente as consequências negativas à saúde do consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) em relação à adiposidade e desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, ainda há uma escassez de estudos que avaliem o impacto deste consumo durante o período gestacional, sobretudo em mulheres com Diabetes Mellitus Gestacional (DMG). Dessa forma, o objetivo desse estudo foi avaliar o impacto do consumo de AUP em desfechos de peso no binômio mãe-filho de mulheres com DMG. Trata-se de um estudo observacional, do tipo coorte prospectivo, realizado com 95 mulheres diagnosticadas com DMG no ambulatório de pré-natal de alto risco da Maternidade Escola Januário Cicco, em Natal, Brasil. A coleta de dados contemplou características sociodemográficas, dados clínicos e obstétricos, dados antropométricos e consumo alimentar, coletados a partir do segundo trimestre gestacional até o pós-parto imediato. O consumo alimentar foi obtido a partir do Recordatório 24h e os alimentos categorizados de acordo com a classificação Nova. Os desfechos de peso no binômio mãe-filho foram avaliados por ganho de peso gestacional (GPG) segundo o Índice de Massa Corporal pré-gestacional (IMC-PG) e escore z de peso ao nascer para idade gestacional. Os binômios mãefilho foram agrupados segundo o maior tercil de contribuição energética dos AUP (T1 - T2: 0 - 17,76% ; T3: ≥ 17,77%). Para a análise bivariada, foi utilizado o teste qui-quadrado para as variáveis categóricas e o Teste T para as variáveis contínuas, com 5% de significância. O consumo energético foi de 1938,93 (IC 95% = 1801,43 - 2076,43) calorias, sendo a contribuição de AUP de 15,45% (IC 95% = 12,52 - 18,37). A maioria das mulheres iniciou a gestação com obesidade (55,31%, média de IMC-PG = 31,25 kg/m²; desvio padrão = 5,84)), com GPG correspondente a 6,75 kg (desvio padrão = 5,56), sendo classificadas com alto GPG (47,87%). Quanto aos neonatos, a média de peso ao nascer foi 3146,15 kg (desvio padrão = 487,49), sendo a maioria classificado com peso ao nascer adequado (94,62%). Não houve diferença significativa nos desfechos de peso entre os binômios agrupados segundo tercis de consumo de AUP (p>0,05). Para a etapa da defesa será averiguada a associação entre o consumo de AUP e os desfechos de GPG e peso ao nascer, segundo as análises dos modelos da regressão logística binária ajustada pelas variáveis de IMC-PG, renda, escolaridade, perfil glicêmico e uso de insulina.