HERMENÊUTICA EXISTENCIAL EM AGOSTINHO DE HIPONA E MARTIN HEIDEGGER
Gênesis. Paulo de Tarso. Dasein. Exegese. Confissões.
A tese apresenta as interpretações de Agostinho de Hipona acerca dos três primeiros capítulos do Gênesis, o primeiro livro da Bíblia. Estas interpretações se encontram nas obras Comentário Literal ao Gênesis, Sobre o Gênesis Contra os Maniqueus, Comentário Literal ao Gênesis- Inacabado e As Confissões - livros XI-XIII além da breve exposição contida na obra Cidade de Deus, livros XI-XIV. A exposição destes comentários agostinianos visa demonstrar as variadas interpretações realizadas pelo autor a um mesmo conjunto de textos, revelando uma hermenêutica centrada no hermeneuta e não em regras interpretativas estabelecidas. Em seguida descreve-se, de forma sucinta, a evolução da hermenêutica textual durante o período moderno até as reflexões realizadas por Martin Heidegger na primeira metade dos anos vinte do século passado. A partir dos comentários existenciais feitos por Heidegger às epístolas de Paulo de Tarso (Gálatas e I e II Tessalonicenses) e ao livro X das Confissões, manifesta-se um retorno a uma hermenêutica baseada no intérprete, tal qual praticada por Agostinho. As preocupações manifestadas por Heidegger acerca dos fundamentos prévios existentes no Dasein e que poderiam influenciar sua autocompreensão, se constituem em possibilidades de explicação tanto para as variações interpretativas agostinianas como para a abordagem existencial praticada por Heidegger às epístolas paulinas e ao texto agostiniano.