A NOÇÃO DE PAR’HEMÂS NA FILOSOFIA DE EPICURO: O QUE PODE O HOMEM?
Par’hemâs; liberdade; necessidade; acaso; Epicuro.
Para Epicuro de Samos (341-271 a.C), par’hemâs (nosso poder) designa o poder humano de conhecer, deliberar e agir livremente. A noção de par’hemâs distingue fundamentalmente o atomismo epicurista do atomismo pré-socrático, sendo fator indispensável para a construção da filosofia de Epicuro. Esta tese é produto da interpretação da filosofia epicurista a partir de pesquisa bibliográfica e análise dos textos gregos de Epicuro, discípulos e doxógrafos. O objetivo deste trabalho é apresentar uma interpretação do epicurismo a partir da noção de par’hemâs enquanto componente das basesdo pensamento epicurista, apresentando seu sentido, aspectos e função desempenhada no interior do conjunto doutrinário de Epicuro. Dividida em três capítulos, a tese começa por destacar os sentidos, aspectos e relevância da noção de par'hemâs no epicurismo. O segundo capítulo trata da função primordial que par'hemâs assume na reformulação do atomismo pré-socrático e como esta noção articula as partes da filosofia de Epicuro em um conjunto coerente. Por fim, enfatiza-se o papel das noções de limite, ilimitado e variação para a compreensão das distinções enunciadas por Epicuro entre acaso, necessidade e par'hemâs. Conclui-se que as considerações epicuristas sobre o poder cognitivo, deliberativo, causal e acional do homem integram o fundamento da crítica dos epicuristas aos primeiros atomistas e são o ponto de partida e fator articulador das partes do conjunto doutrinário de Epicuro.