Sobre o problema da mentira na filosofia prática de Kant
Kant, mentira, liberdade, direito e moral.
A pesquisa examina o problema da mentira no pensamento de Immanuel Kant.
Trata no campo do direito, da política, da história, da moral, busca-se investigar a rejeição
kantiana à mentira e o dever incondicionado de ser veraz. Defende-se a tese da exceção para
mentir e não ser reprovável em dois casos, a saber: na tortura e diante do assassino. Assim,
demonstra-se que é possível a exceção para mentir no âmbito do direito, da política e da
história, considerando a perspectiva da harmonia das liberdades externas e a ideia do
progresso moral. Nesse sentido, defende-se que a fonte do direito se estabelece com a garantia
das liberdades externas. Do ponto de vista da moral, reafirma-se a incondicionalidade que é
para Kant o dever de veracidade, mas aponta-se a possibilidade de uma regra prática que
permita a mentira com base na dignidade humana, ponderando valores como igualdade
política, o respeito pelos agentes racionais, bem como, o princípio da humanidade que ensina
a tratar o outro sempre como fim em si mesmo.