SOBREVIDA E FATORES ASSOCIADOS AO PROGNÓSTICO DO CARCINOMA EPIDERMÓIDE ORAL E OROFARÍNGEO: ANÁLISE DE 2014 CASOS
Carcinoma epidermóide; boca; orofaringe; prognóstico.
Nos últimos anos, o câncer tem apresentado uma progressiva ascensão, crescendo 20% na última década e destacando-se dentre as doenças crônico-degenerativas. O carcinoma epidermóide (CE), destaque para o de boca (CEB) e orofaríngeo (CEOf), são os mais frequentes, com mais de 90% de apresentação nestas regiões, representando 6% de todos os carcinomas. No Rio Grande do Norte, a avaliação epidemiológica e de sobrevida dessa patologia ainda é escassa, sendo essa neoplasia um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Diante desses fatos, este estudo tem o propósito de descrever e analisar a sobrevida destacando os principais fatores associados ao seu prognóstico. Para isso foi realizado um estudo de prognóstico retrospectivo em bancos de dados e prontuários, onde foram selecionados todos os casos com diagnóstico de CEB e CEOf da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer, dos últimos 10 anos. Para Sobrevida Livre da Doença (SLD) do CEB destacaram-se como fatores de pobre prognóstico, a GH OMS (Gradação Histológica da Organização Mundial da Saúde em 2005) em pouco diferenciada, localização na região retromolar e não ter companheiro conjugal, independente de estadiamento e tratamento. Essas características se repetiram na Sobrevida Global (SG) para CEB, com exceção do status do companheiro. Na SG do CEOf, a localização em base de língua e beber obtiveram os piores prognósticos. Já para SLD do CEOf, o uso de álcool perde força e acrescenta-se a GH OMS em pouco diferenciado, fumar e não ter companheiro conjugal. Apesar da baixa reprodutibilidade dos sistemas de GH, o sistema OMS parece ser um fator prognóstico eficaz para o CEB. Não ter companheiro pode comprometer a SLD (CEB e CEOf), prejudicando a qualidade de vida do paciente, adesão e manutenção do tratamento. Os fatores de riscos já bem estabelecidos, como álcool e fumo, parecem se comportar como fatores prognóstico importantes no CEOf, mas devem ser abordados com cautela, principalmente quando não verifica-se o tipo e quantidade utilizados. Mesmo com a melhora na sobrevida do CEO e CEOf mediante avanços no tratamento, ela ainda é considerada baixa e decrescente a medida que aumenta a dificuldade do diagnóstico (Lábio>Oral>Orofaringe), tendo o Cirurgião Dentista um papel de destaque, pois geralmente é o primeiro profissional a ser procurado pelo paciente.