Banca de QUALIFICAÇÃO: CRISTIANE SANTOS SÂNZIO GURGEL

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CRISTIANE SANTOS SÂNZIO GURGEL
DATA: 02/03/2016
HORA: 08:00
LOCAL: Anfiteatro D dos Peixes - Centro de Biociências
TÍTULO:

CONCENTRAÇÃO DE RETINOL EM PUÉRPERAS ATENDIDAS EM MATERNIDADES PÚBLICAS E PRIVADAS DE NATAL/RN


PALAVRAS-CHAVES:

Retinol, puérperas, soro, leite humano, pública, privada


PÁGINAS: 94
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Bioquímica
SUBÁREA: Metabolismo e Bioenergética
RESUMO:

Esse estudo objetivou avaliar a concentração de retinol no soro e leite materno de puérperas atendidas em maternidades públicas e privadas de Natal-RN. Participaram do estudo 424 mulheres, onde 61,8% (n=262) representaram a rede pública e 38,3% (n=162) a rede privada. Amostras pareadas de soro e leite materno foram coletadas em ambiente hospitalar, no período matutino, com puérperas em estado de jejum. O leite maduro foi coletado em domicílio de um subgrupo 93 mulheres, trinta dias após o parto, sendo 42 da rede pública e 51 da rede privada. Para avaliar as diferentes formas de suplementação materna formaram-se subgrupos. Os da suplementação na gestação (n= 25 cada): GC (grupo controle) e três suplementados (F1 = formulação mista de retinol e betacaroteno; F2= betacaroteno puro e F3= retinol puro), cujos indicadores avaliados foram o soro e leite colostro. O da suplementação pós-parto: GM (grupo megadose de 200.000UI de retinol palmitato, n=42) contrastando com os grupos F1, F2 e F3, cujo indicador avaliado foi o leite maduro. O consumo de vitamina A foi avaliado através de um questionário de frequência do consumo alimentar (QFA), referente ao último trimestre gestacional. O retinol das amostras biológicas foi quantificado por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). A média de retinol no soro do grupo total foi de 42,0 ± 13,2 μg/dL adequada com base no ponto de corte para DVA (< 20,0 μg/dL). Foram diagnosticados 5,7% (n= 24) de casos com DVA, representando um problema de saúde pública leve em Natal (> 2%-<10%), que se repetiu ao avaliar as puérperas separadamente por rede de atendimento público 6,9% (n= 18) versus privado 3,7% (n= 6). Os grupos apresentaram médias de retinol sérico 39,8 ± 12,7 μg/dL e 45,4± 13,4 μg/dL respectivamente, diferentes entre si (p<0,00001). A média de retinol no leite colostro do grupo total foi 94,8 + 49,0 µg/dL, adequada de acordo com o ponto de corte adotado (60 µg/dL), com 25,8% (n=110) de mulheres com concentrações abaixo desse valor. Na avaliação por rede de atendimento, a concentração média de retinol no colostro foi 86,7± 40,0 μg/dL na rede pública e 107,9 ± 59,0 μg/dL na privada, diferindo entre si (p<0,00001). Baixas concentrações foram encontradas nas redes públicas 28,6% (n=75) e privadas 21,6% (n=35), respectivamente. O retinol no leite maduro entre os grupos das redes pública (52,2 + 28,2µg/dL) e privada (51,6 + 20,6µg/dL) não diferiram entre si (p >0,05), com percentual de inadequação de 24,6% (n=17) na rede privada,  e 14,3% (n=6) na rede pública.  Avaliando o efeito da suplementação durante a gestação a concentração média de retinol no soro do grupo controle foi de 45,4 ± 11,8 µg/dL e dos grupos suplementados F1: 46,5 ±13,3 µg/dL, F2: 43,5 ± 13,7 µg/dL, F3: 47,5 ± 13,0 µg/dL, não diferindo entre si (p>0,05). O GC apresentou 12% (n=3) de mulheres com DVA. Não houve deficiência nas mulheres dos grupos suplementados F1, F2 e F3. No leite colostro a concentração média foi de 96,6 ± 53,5 µg/dL e nos grupos suplementados F1: 126,1 ± 48,0 µg/dL, F2: 89,0 ± 61,9 µg/dL, F3: 136,8 ± 51,7 µg/dL. Os grupos F2 e F3 diferiram entre si (p< 0,05). Baixas concentrações de retinol foram encontradas em 28% (n=7) no GC, 4% (n=1) nos grupos F1 e F3 e 40% (n=10) no grupo F2. No leite maduro não houve diferença significativa entre os grupos GM, F1, F2 e F3 (p>0,05), bem como os percentuais de casos abaixo do ponto de corte permaneceram graves para grupos da rede privada (33,3%, n=5), (28,5%, n=4), (27,2%,n=6), respectivamente. O consumo médio de vitamina A das parturientes foi de 841,7 + 637,7 µgEAR/dia na da rede pública e 1169,1+ 692,1 µgEAR/dia na rede privada (p<0,00001).  Na avaliação individual, 56,7% (n=149) e 33,9% (n=55) das mulheres das redes pública e privada tinham ingestão abaixo da ideal. A renda per capta e polivitaminico foram determinantes para as diferenças no status de vitamina A entre os grupos. Conclui-se que o diagnóstico da DVA em puérperas na cidade de Natal foi considerado leve na população total e nas redes pública e privada, entretanto ainda representa um problema de saúde pública. A utilização de polivitamínico na gravidez pelas mulheres da rede privada,foram determinantes para concentrações mais elevadas de retinol do soro e colostro. No leite maduro, a suplementação da rede pública elevou a concentração de retinol para níveis semelhantes da rede privada. Entretanto, mesmo com a suplementação na gestação (rede privada) ou pós-parto imediato (rede pública) as lactantes apresentaram percentuais moderado e grave de deficiência de vitamina A no leite maduro, sugerindo que as medidas de intervenção tanto na rede pública como na privada devem ser repensadas.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 2646462 - BRUNA LEAL LIMA MACIEL
Presidente - 1880243 - DANIEL CARLOS FERREIRA LANZA
Externo ao Programa - 1837366 - DANIELLE SOARES BEZERRA
Notícia cadastrada em: 29/02/2016 11:25
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