CARACTERIZAÇÃO FUNCIONAL DO cDNA HOMÓLOGO À PROTEÍNA REPRIMIDA POR AUXINA (ARP) EM TOMATEIRO
Floração, cv. Micro-Tom, bibliotecas subtrativas, construção de cassetes de superexpressão, ARP
O processo de floração é uma etapa vital para o desenvolvimento de uma planta e é marcado pela conversão do meristema apical vegetativo em reprodutivo, devido a interações dos fatores internos e externos à planta. Apesar do amplo conhecimento ter sido gerado nessa área, ainda se conhece muito pouco sobre o processo de floração e frutificação em tomateiro. Com base nesses conhecimentos, experimentos anteriores realizados pelo grupo de pesquisa, utilizando bibliotecas subtrativas construídas com ápices meristemáticos das espécies Solanum lycopersicum cultivar Micro-Tom (MT) e S. pimpinellifolium, permitiram a identificação de um cDNA homólogo a AUXIN REPRESSED PROTEIN (ARP). Apesar de pouco dados sobre a ARP na literatura, há relatos que o gene ARP foi relacionado com a maturação do fruto em morango, dormência da planta em ervilha e maturação do pólen em tabaco e recentemente foi observado que este gene estava envolvido na cessação do crescimento, mas ainda não está clara qual a função da proteína ARP. A partir disso, foram construídos os cassetes de superexpressão do cDNA homólogo a ARP nas orientações senso (35S::ARP/S) e antissenso (MT 35S::ARP/AS) através do vetor binário pZP211 e transferido a cultivar (cv.) MT pelo método da transformação de discos cotiledonares utilizando Agrobacterium tumefaciens. Portanto, o intuito deste trabalho foi compreender o papel da proteína ARP no processo de desenvolvimento vegetal através da perda e/ou o ganho de função deste cDNA em plantas de tomateiro. Dessa forma, foram observadas algumas alterações fenotípicas e morfológicas nas plantas transgênicas (MT 35S::ARP/AS e MT 35S::ARP/S), como a floração precoce verificada nas plantas MT 35S::ARP/AS, até o momento, das gerações T1 a T4, na qual as flores das plantas MT 35S::ARP/AS da geração T1 surgiram 66-68 dias após o plantio, as flores das plantas MT 35S::ARP/S surgiram 70-72 dias após o plantio e as controles floriram 80 dias após o plantio. Uma outra modificação observada foi também uma aparente arquitetura simpodial modificada com o padrão de crescimento desordenado, incluindo um maior número de gemas laterais desenvolvidas nas plantas MT 35S::ARP/AS quando comparado as plantas MT 35S::ARP/S e controles. Assim como, alterações estruturais nos pecíolos das plantas cv. MT 35S::ARP/AS com a presença de uma epiderme em forma cordada, substâncias ergásticas, uma aparente quantidade superior de elementos de vaso (xilema e floema), um aparente número maior de células colenquimáticas na região superior do pecíolo e células do parênquima com formato mais irregulares do que as plantas MT 35S::ARP/S e controles, além de outras características analisadas. Portanto, estes dados podem auxiliar na compreensão do papel da ARP no desenvolvimento do tomateiro.