Banca de QUALIFICAÇÃO: VIRGÍNIA PENÉLLOPE MACEDO E SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: VIRGÍNIA PENÉLLOPE MACEDO E SILVA
DATA: 15/12/2014
HORA: 09:00
LOCAL: Sala de Reuniões do Instituto de Medicina Tropical - IMT
TÍTULO:

Variabilidade genética de cepas de Leishmania infantum circulantes entre humanos e cães em áreas endêmicas para leishmaniose visceral no Rio Grande do Norte.


PALAVRAS-CHAVES:

Genoma, Leishmania, ploidia, hsp70, ITS1, PCA.


PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Bioquímica
RESUMO:

L. (L). infantum é o principal agente etiológico da leishmaniose visceral em países da Europa, Norte da África e América Latina, onde a doença é considerada uma zoonose, e tem o cão seu principal reservatório, entretanto, em outras regiões da África, Índia, Bangladesh e Nepal, a LV é causada por Leishmania (L). donovani e é considerada uma antroponose. Estudos feitos para avaliar a história evolutiva e geográfica do complexo Leishmania (L). donovani, mostraram que L. infantum teria se originado a partir de uma linhagem de L. donovani, esta última teria sido introduzida subsequentemente na Índia e África. Em meados do Século XVI, a colonização das Américas pelos europeus permitiu que a linhagem européia de L. infantum, caracterizada pelo zimodemo MON-1, fosse introduzida na América do Sul. Tradicionalmente os isolados causadores de LV nas Américas eram classificados como L. chagasi, espécie considerada distinta de L. infantum; entretanto, estudos gênomicos confirmaram que L. infantum e L. chagasi são a mesma espécie. De acordo com as evidências moleculares, atualmente, a indicação é que as espécies de Leishmania causadoras de LV nas Américas sejam classificadas como L. infantum, mas apesar dos dados clínicos confirmarem os achados moleculares, ainda é importante uma criteriosa tipagem molecular dos espécimes de Leishmania, uma vez que no Brasil foram descritas formas clínicas de LV, causadas por Leishmania amazonensis e doença cutânea causada por L. infantum.

No Brasil, a leishmaniose visceral era uma doença de ocorrência rural, restrita a vales e boqueirões, entretanto, variações nos fatores influenciadores na cadeia de transmissão de Leishmania contribuíram para o aumento da LV em áreas urbanas. Fatores como migração massiva de pessoas para a periferia dos centros urbanos, desflorestamento, urbanização, má-nutrição, falha e resistência ao tratamento têm sido variáveis importantes para o aumento das áreas endêmicas para Leishmania, entretanto, não tem sido observado aumento aparente na incidência da doença. Todos esses fatores causam alterações na densidade dos vetores, de reservatórios e aumentam a exposição de vertebrados a insetos infectados, criando um novo perfil epidemiológico favorável ao estabelecimento da infecção e transmissão do patógeno nas periferias das cidades.

De acordo com dados relacionados à epidemiologia da LV, de 80-90% dos indivíduos infectados por Leishmania spp., desenvolvem infecção subclínica, estes indivíduos tem aparência saudável e a infecção assintomática é identificada pela intradermorreação de Montenegro (IDRM) ou por avaliações sorológicas. Estudos com modelos matemáticos sugerem que esses indivíduos assintomáticos têm um importante papel na cadeia de transmissão dos microrganismos e poderiam atuar como um reservatório ‘silencioso, tendo assim o papel importante na ocorrência de surtos. Levando em consideração que a evolução da infecção por Leishmania pode ser determinada por interações entre o vetor, espécimes do parasita e a resposta imune do hospedeiro vertebrado, que é geneticamente mediada, propusemos sequenciar o genoma de vários isolados de Leishmania infantum obtidos de humanos e caninos com leishmaniose visceral, bem como de pessoas com infecção assintomática para determinar se a evolução clínica estaria relacionada com variações polimórficas no genoma da Leishmania. A nossa hipótese é que a variabilidade genética de Leishmania spp. poderia estar e relacionada, em parte, com espectro evolutivo pós-infecção, isto é, doença ou auto-resolução da infecção sem sintomas. Esta hipótese é baseada no fato, de que variabilidade no genoma de um patógeno pode influenciar no tipo de resposta do hospedeiro, como também, poderia estar relacionado com o tropismo tecidual. Por exemplo, o gene A2 presente em Leishmania donovani infantum; parece estar relacionado com visceralização; portanto, informações acerca do conteúdo gênico poderiam auxiliar na compreensão dos fenótipos evolutivos da infecção por Leishmania.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1714243 - DANIELLA REGINA ARANTES MARTINS SALHA
Externo ao Programa - 1212336 - ELIANA LUCIA TOMAZ DO NASCIMENTO
Externo ao Programa - 1164160 - IARA MARQUES DE MEDEIROS
Notícia cadastrada em: 10/12/2014 15:28
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