O papel da proteína de ligação ao RNA Musashi-1 na radioresistência e sobrevivência de células de glioblastoma.
Glioblastoma. Radioresistência. Musashi1. Células-tronco cancerosas.
Glioblastoma multiforme (GBM) é a forma mais frequente e maligna dentre os tumores cerebrais em adultos e tem sido considerado o tipo de tumor mais agressivo e letal. A radiação ionizante (RI) é considerada o tratamento mais eficaz contra o GBM. No entanto, o GBM é altamente resistente à RI e apresenta altas taxas de recorrência. Células-tronco tumorais, um subconjunto de células de um tumor com capacidade de auto-renovação e resistência inerente à terapia são responsáveis, em parte, pela recorrência do GBM. A manutenção do estado indiferenciado das células-tronco é a função principal da Musashi1 (MSI1), uma proteína de ligação a RNA altamente expressa em numerosos tipos de cânceres, incluindo os gliomas. Para avaliar o possível envolvimento de MSI1 em resposta à radioresistência, linhagens de células de GBM foram expostas a raios-X. Os níveis de expressão de proteína e de mRNA de MSI1 foram determinados por Western Blot (WB) e por qRT-PCR, respectivamente. Utilizando ensaio clonogênico investigamos o efeito do silenciamento de Msi1 (Msi1-KD) na sobrevivência celular e os níveis de danos no DNA após tratamento foram avaliados por meio da expressão de gama-H2AX e ensaio cometa. A comparação do transcriptoma foi realizada através de análise de dados do RNASeq por ferramentas de bioinformática. De acordo com os resultados obtidos, a RI foi capaz de induzir a expressão de MSI1. Além disso, o silenciamento de MSI1 foi capaz de promover uma diminuição na sobrevivência celular e um aumento dos níveis de danos no DNA em relação ao controle. A análise do transcriptoma indicou que MSI1 regula a expressão de genes envolvidos em diversas vias relacionadas à tumorigênese e radioresistência. Ao integrar vários conjuntos de dados, verificou-se que os genes altamente expressos em câncer e que são alvos para terapias contra o GBM também apresentaram um padrão diferente de expressão entre as células silenciadas e as controle. Em conclusão, os resultados sugerem que MSI1 têm um papel chave na resposta à radioresistência e levantam a possibilidade de MSI1 ser utilizada como um novo alvo para terapias contra o GBM.