Banca de QUALIFICAÇÃO: JOANNA GARDEL VALVERDE GALVAO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOANNA GARDEL VALVERDE GALVAO
DATA: 15/09/2014
HORA: 08:00
LOCAL: Sala de Reuniões 1 - Instituto de Medicina Tropical (IMT)
TÍTULO:

Perfil imunológico associado à susceptibilidade, resistência e cura na infecção por Leishmania infantum.


PALAVRAS-CHAVES:

Leishmaniose visceral. Resposta imunológica. Cura. Resistência.


PÁGINAS: 120
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Bioquímica
RESUMO:

A leishmaniose visceral (LV) é endêmica no Brasil, sendo a região nordeste a que apresenta maior incidência, apesar de nos últimos 30 anos a endemia ter se espalhado por todas as regiões do país. A LV na América Latina é resultante da infecção por Leishmania infantum. No entanto, nem todas as pessoas infectadas desenvolvem doença; na verdade, a maioria apresenta resolução espontânea da infecção sem sintomas característicos de LV. Tradicionalmente a avaliação do perfil imunológico tem sido realizada utilizando a reestimulação de células mononucleares de sangue periférico em cultura. Esses estudos revelaram que pacientes com LV apresentavam inibição tanto da ativação linfocitária quanto da resposta pró-inflamatória anti-Leishmania. O presente trabalho teve por objetivo avaliar a resposta imune na LV sintomática, na cura pós-tratamento e assintomática. Para isso, analisamos características imunofenotípicas relacionadas à ativação, Treg e memória de linfócitos, por citometria de fluxo, assim como a produção de citocinas ex vivo ou em cultura de sangue total. Para os voluntários com LV, foi realizado um estudo longitudinal com reavaliação imunológicas aos 4 e 14 meses após a cura clínica. O grupo controle incluiu pessoas provenientes de região endêmica, sendo dividido em 2 grupos: Controle Positivo, formado por pessoas que apresentaram sorologia e∕ou PCR anti-Leishmania positivos e Controle Negativo formado por pessoas com sorologia e PCR anti-Leishmania negativos. Durante a LV os linfócitos CD4 apresentam um maior perfil de ativação e memória, além de serem maiores produtores de citocinas em cultura, quando comparado aos linfócitos CD8, contudo essa ativação não é Leishmania específica, visto que ocorreu tanto em ausência (CD4+CD25+:10,60%, CD8+CD25+:5,36%; p<0,0001) quanto em presença de antígenos solúveis de Leishmania (SLA), (CD4+CD25+: 10,20%, CD8+CD25+ 3,28%; p=0,0003). Há ativação de linfócitos durante a LV (CD4+CD69+: 4,9%), quando comparado aos grupos Controle Positivo (CD4+CD69+: 1,96% p=0,0045) e Negativo (CD4+CD69+: 1,35% p=0,0062), mas esta ativação também não é Leishmania específica. O perfil de ativação linfocitária permanece elevado mesmo 14 meses após o fim do tratamento, porém após a cura a ativação é Leishmania específica (CD4+CD25+ em ausência de SLA: 8,44%, presença de SLA: 10,70% p=0,0279). Linfócitos CD8+CD25+ foram capazes de produzir IFN-γ em presença de antígeno tanto em Controles Positivos (ausência de SLA: 5,17%, presença de SLA: 9,52% p=0,0391) como em LV curados (Curado 4 meses: ausência de SLA: 3,90%, presença SLA: 10,70% p=0,0098). Células presentes no sangue total de pessoas com LV ativa são capazes de produzir IFN-γ em resposta ao SLA (IFN-γ em ausência de SLA: 3,61 ± 27,99 e em presença de SLA: 44,26 ± 42,28; p=0,0020), assim como LV recuperado (IFN-γ em ausência de SLA: 2,29 ± 5,12 e presença de SLA: 139,80 ± 115,5; p=0,0005). Contudo o elevado nível de IL-10 parece estar inibindo a atividade pro-inflamatória de IFN-γ e TNF-α em pacientes na fase sintomática. Com base nesses dados nós concluímos que a restauração da ativação de linfócitos e a diminuição da produção de IL-10, Leishmania específica, estão relacionados à um perfil imunológico protetor.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 063.414.624-68 - EDDA LISBOA LEITE - UFRN
Externo ao Programa - 1212336 - ELIANA LUCIA TOMAZ DO NASCIMENTO
Interno - 2213126 - VALTER FERREIRA DE ANDRADE NETO
Notícia cadastrada em: 08/09/2014 16:08
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