ANÁLISE PROTEÔMICA DO HIPOCAMPO CEREBRAL DE RATOS INFECTADOS COM MENINGITE PNEUMOCÓCICA EM RESPOSTA À TERAPIA ADJUVANTE COM VITAMINA B6
Estresse oxidativo, neuroinflamação, meningite bacteriana, terapia adjuvante, vitamina B6 e análise proteômica.
A Meningite Bacteriana (MB) causada pela infecção por Streptococcus pneumoniae está associada às altas taxas de morbidade e mortalidade. Cerca de 30% dos pacientes infectados chegam a óbito e mais da metade dos sobreviventes apresentam sequelas neurológicas permanentes. Apesar da eficácia do tratamento com antibióticos, a resposta inflamatória do hospedeiro contra a meningite pneumocócica é a principal causa de apoptose no hipocampo, a qual está associada com neurodegeneração. A vitamina B6 é uma molécula que pode atuar como antioxidante, moderar o acúmulo de metabólitos neurotóxicos e preservar as reservas energéticas da célula. Assim, o alvo deste estudo foi investigar a efeito do tratamento adjuvante com vitamina B6 no perfil de expressão proteica da região do hipocampo cerebral através da abordagem proteômica, usando o modelo animal para meningite pneumocócica. Ratos com onze dias de vida foram infectados com 3x106 ufc/mL de S. pneumoniae e selecionados aleatoriamente para o tratamento com vitamina B6 ou tampão salino (placebo) como controle. Logo após, o conteúdo total de proteínas foi extraído do hipocampo e submetido ao 1D-SDS-PAGE para a digestão em gel por tripsina, seguido da separação e análise dos peptídeos por espectrometria de massas em UPLC-ESI-MS/MS. Os dados coletados foram processados usando o Mascot Destiller e o Daemon, seguido de validação por identidade biológica no Scaffold. As proteínas identificadas neste trabalho que estão envolvidas nos processos de inflamação e apoptose (Anxa1, S100-A9, CaM, MARCKS, MIF, Tk1, VILIP-1, VAMP3, STMN1, AFP e HPX) foram identificadas apenas no grupo placebo. No grupo submetido ao tratamento foram identificadas proteínas relacionadas ao metabolismo energético (PGI, NSE, AldoA e CS), envolvimento com citoesqueleto (EF1α, CRMP-1 e TUBA1A) e envolvimento com íons de cálcio (CR, Syt1 e Canx). Entretanto, proteínas relacionadas à atividade antioxidante como Prx1 e SOD1, foram identificadas no grupo tratado e no grupo placebo, respectivamente. Esses resultados sugerem que a vitamina B6 tem efeitos neuroprotetores através da modulação da expressão de proteínas e é um potencial candidato ao desenvolvimento de protocolos para atenuar os processos degenerativos do hipocampo cerebral durante a neuroinflamação induzida pela meningite bacteriana.