Banca de QUALIFICAÇÃO: PATRICIA BATISTA BARRA MEDEIROS BARBOSA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: PATRICIA BATISTA BARRA MEDEIROS BARBOSA
DATA: 09/05/2014
HORA: 14:00
LOCAL: Sala Carl Peter von Dietrich
TÍTULO:

Extratos de sementes de plantas da caatinga no controle do Aedes aegypti (Diptera: Culicidae).


PALAVRAS-CHAVES:

Larvicida, pupicida, adulticida, índice de repelência efetiva, homogenato intestinal, inibidores enzimáticos, lectinas, vicilinas.


PÁGINAS: 157
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Bioquímica
RESUMO:

A dengue é a mais importante arbovirose da atualidade, sendo transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. A ausência de uma vacina profilática torna o controle da dengue pautado principalmente no controle do inseto vetor.  Todavia os crescentes relatos de resistência e os danos ambientais causados pelos inseticidas químicos tem tornado urgente à busca por novas alternativas seguras. Nesse contexto as plantas tem merecido destaque como fonte de inseticidas biodegradáveis e de fácil obtenção. Foram preparados 21 extratos de sementes de plantas da Caatinga. Como extrator foi utilizado o fosfato de sódio 50mM pH 8.0. Os extratos foram utilizados nos bioensaios com larvas, pupas e adultos de A. aegypti e submetidos a uma caracterização parcial para identificação de moléculas bioativas. Adicionalmente foram realizados ensaios de ecotoxicidade com Ceriodaphnia dubia e toxicidade celular com fibroblastos de camundongos 3T3. As análises inseticidas forma realizadas por probit e as diferenças entre os grupos foi constatada por Student’s t-test e ANOVA. Todos os extratos apresentaram atividade larvicida para L1 e L4 e, com exceção do extrato de G. americana, levaram ao óbito 100% das larvas até o tempo final dos ensaios (48h). Os extratos de M. urundeuva, P. viridiflora, E. vetulina, A. cearenses  e E. contortisiliquum  apresentaram os melhores resultados larvicidas, enquanto que os extratos de C. ferrea, C. retusa e G. americana foram os menos eficazes. Do mesmo modo, todos os extratos foram repelentes para a postura das fêmeas grávidas de um modo dose dependente, com destaque para os extratos de B. cheilantha, P. moniliformis e M. caesalpiniifolia. Os extratos de D. grandiflora, E. contortisiliquum, A. cearenses, C. ferrea e C. retusa  foram capazes de atrair as fêmeas para a posturas quando em baixa concentração (2,5%, 2,5%, 5%, 10%, 15% (v/v) respectivamente). Na concentração atrativa o EB de E. contortisiliquum foi capaz de levar a obtido certa de 52% das larvas L1 em 48 h, enquanto que o EB de A. cearenses resultou na morte de 100% das larvas L1 em 24h. Os extratos de A. cearenses (93,3% ± 11,5), P. viridiflora (83,3%± 10.0), E. velutina (76,6% ±5,7), M. urundeuva (66,6% ± 5,3)  e S. brasiliensis (46,6%± 7,91) ocasionaram morte de  pupas, enquanto que os extratos de P. viridiflora (100%), E. velutina (100%), E. contortisiliquum (100%), A. cearenses  (95,6% ± 3,50), A. colubrina  (94,6% ± 4,64), D. grandiflora (78,4% ± 2,4), B. cheilantha (69,0% ±  7,7),  S. spectabilis  (67,2% ±  0,5),  C. pyramidalis  (46,6% ±  16,3),  M. regnelli (44,6% ±11,9) e  G. americana (38,7%±  12,1)    tiveram ação adulticidas. A postura dos ovos foi prejudicada quando as fêmeas foram alimentadas com os extratos de R. communis, C. sonderianus e S. brasiliensis. Os teores de solutos solúveis dos extratos analisados variaram de 13,61 (± 0,3) mg/mL (C. phyllanthus) a 71,41 (± 1) mg/mL  (E. velutina), os de  proteínas  variaram de 0,62 (±0,01) mg/ml  (S. brasiliensis) a  22,01 mg/ml (E. contortisiliquum), enquanto que os de carboidratos totais variaram de 1,90 (± 0,3) mg/mL (P. viridiflora) a 40,96 (± 6,55) mg/mL (A. columbina). Em todos os extratos foram encontradas pelo menos duas proteínas com atividade inseticida, como por exemplo, proteínas ligantes à quitina, lectinas e inibidores de proteases e de amilase. Em todos os extratos forma identificados compostos fenólicos e em 18 extratos foram encontrados componentes do metabolismo secundários (principalmente flavanoides, triterpenos ou alcaloides). Todos os extratos apresentaram toxicidade para o cladócero C. dubia, mas o extrato de G. americana (4,12mg/mL), seguido dos EB de S. brasiliensis (1,91mg/mL), C. phyllanthus (1,82mg/mL), C. sonderianus (1,57mg/mL) e A. cearenses (1,25mg/mL) apresentaram as maiores CL50.  Os EB de E. velutina e E. contortisiliquum não interferiram na viabilidade dos fibroblastos. Considerando todos os ensaios biológicos com A. aegypti e os ensaios de toxicidade celular e ambiental os extratos de A. cearenses, P. viridiflora, E. contortisiliquum, S. brasiliensis, E. vetulina e M. urundeuva  foram considerados os mais promissores, enquanto que os extratos de  C. retusa, C. ferrea e S. spectabilis obtiveram as menores pontuações. Entre os cinco extratos considerados mais promissores o extratos de E. contortisiliquum  foi o único que não apresentou atividade pupicida, indicando que seu mecanismo de ação larvicida está relacionado somente à ingestão de compostos tóxicos pelas larvas. Além disso, esse extrato apresentou o maior teor de proteína (22 mg/mL) e a maior inibição para as tripsinas do HIL (99,81%), por isso foi selecionado para ser fracionando. Como observado para o EB, as frações proteicas de E. contortisiliquum, denominadas de F1, F2 e F3,  apresentaram atividade larvicida, mas não foram pupicida, com destaque para F1 (CL50 3,87 mg/mL e CL50 0,37 mg/mL para L1 e L4, respectivamente) e F2 (CL50 2,97 mg/mL e CL50 1,19 mg/mL para L1 e L4, respectivamente). Todavia F2 (CL50  0,02 mg/mL) apresentou menor toxicidade do que F1 (CL50  0,24 mg/mL) nos ensaios de toxicidade ambiental. A redução na atividade proteolítica das larvas alimentadas com o EB e as frações E. contortisiliquum sugeriu que o inibidor de tripsina (ITEc) seria o responsável pela atividade larvicida. Embora o aumento na purificação desse inibidor tenha resultado na perda da atividade larvicida,  foi constato que sua  ausência reduziu a eficácia das frações, indicando que o ITEc contribui para a atividade larvicida desse extrato. Também não foi verificada atividade larvicida e adulticida na fração rica em vicilina, e nem evidências da contribuição dessa molécula para a atividade larvicida do extrato. Os resultados mostram o potencial dos extratos de sementes de planta da Caatinga como fonte de moléculas ativas contra os insetos A. aegypti em diferentes fases do seu ciclo de desenvolvimento, pois são constituídas por diferentes compostos ativos, inclusive de natureza protéica, que atuando em diferentes mecanismos devem resultar na morte dos insetos e retardar o surgimento de resistência.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1161844 - HERBET TADEU DE ALMEIDA ANDRADE
Externo à Instituição - PAULA VIVIANE DE SOUZA QUEIROZ MOREIRA - UERN
Presidente - 1149522 - SUELY FERREIRA CHAVANTE
Notícia cadastrada em: 05/05/2014 16:01
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa05-producao.info.ufrn.br.sigaa05-producao