Escape Room Educativo: desafiando Estereótipos e incentivando a participação feminina nas ciências e tecnologias
Escape Room Educativo; Ensino de Ciências; Estereótipos de Gênero; mulheres na ciência e na tecnologia; Metodologias Ativas.
A participação feminina nas áreas de Ciências e Tecnologia tem sido historicamente influenciada por estereótipos de gênero, impactando o interesse e a confiança das meninas nessas disciplinas desde a Educação Básica. Diante desse cenário, este estudo teve como objetivo analisar o potencial de um Escape Room Educativo como ferramenta pedagógica para promover a desconstrução de estereótipos de gênero e incentivar a participação feminina em áreas científicas e tecnológicas. Para isso, foi desenvolvido um produto educacional voltado ao ensino de conteúdos de Ciências e Máquinas para o Ensino Fundamental/Anos Finais fundamentado nos Estudos de Gênero e Feminismos e Ciência, Tecnologia e Sociedade, buscando evidenciar a influência dos contextos sociais e culturais na construção do conhecimento científico e tecnológico. Com abordagem qualitativa, a pesquisa foi conduzida com estudantes do 7º ano e estruturada por meio da aplicação de questionários prévios e posteriores à aplicação do produto educacional, observação participante e análise das produções dos estudantes. A sequência didática incluiu desafios gamificados organizados em quatro estações temáticas, cada uma abordando conceitos científicos e destacando o papel de cientistas mulheres na História da Ciência. As atividades foram planejadas para estimular a resolução de problemas e a colaboração entre os participantes. Os resultados indicaram que a experiência com o Escape Room Educativo possibilitou uma maior participação das alunas nas atividades propostas. Em grupos mistos, observou-se uma diferenciação na distribuição das tarefas, com meninas atuando predominantemente na interpretação dos enigmas e meninos assumindo as atividades práticas. Já nos grupos compostos majoritariamente por meninas, a divisão das responsabilidades foi mais equilibrada, sugerindo que a maior representatividade feminina pode ter favorecido um engajamento mais uniforme nas dinâmicas científicas e tecnológicas. A análise dos questionários revelou que a experiência contribuiu para ampliar o interesse dos estudantes pelos temas abordados e para fomentar a valorização do papel das mulheres na ciência. Conclui-se que o Escape Room Educativo constituiu uma abordagem didática com potencial para estimular o engajamento de meninas em ciências e tecnologias, desafiando concepções estereotipadas e favorecendo um ensino mais inclusivo. O estudo reforça a relevância da adoção de metodologias ativas que integrem referências femininas na ciência e ampliem as oportunidades de participação equitativa no processo educativo. Recomenda-se que pesquisas futuras investiguem a aplicação desse modelo em diferentes contextos educacionais, aprofundando a compreensão sobre seu impacto na formação científica e tecnológica dos estudantes.