“COM O SOL NA CABEÇA E A TEMPESTADE NO CORAÇÃO”: O RETRATISTA DE MIRAGENS E SUAS AMBIÊNCIAS NA CAATINGA DO SERTÃO
Ariano Suassuna. História e literatura. Pedra do Reino. Presença. Sertões Áridos. Stimmung.
Este trabalho tem como proposta investigativa explorar os sertões áridos da caatinga. Sendo fruto das reflexões do projeto de pesquisa “Os sertões áridos: (re)leituras da paisagem, natureza e cultura escrita (1930 – 1970)”, procuro expandir seus horizontes através da fonte literária “O Romance da Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971)”, de Ariano Suassuna. Para isso, utiliza do debate entre história e literatura unido aos múltiplos conceitos de paisagem proposto por Jean-Marc Besse. Por conseguinte, segue o caminho de como a ficção tem condições de criar modos de ver, em imagens, em presenças, estruturas que se convertem em aberturas sensíveis de pensamento para uma realização no âmbito da experiência estética. Metodologicamente, manuseia o “Texto-Pesquisa” proposto por Ivan Jablonka unido a uma escrita da história sensível do professor Durval Muniz de Albuquerque Júnior com a intenção de se chegar a um raciocínio histórico-sensível e, assim, estabelecer uma reflexão que renove o olhar historiográfico sobre sertões áridos na literatura. Por fim, aplica a filosofia da “Produção de Presença” e o conceito de “Stimmung”, proposto por Hans Urilch Gumbrecht, para pensar novos caminhos a respeito do sentir e do experienciar sertões nos dias de hoje a partir de obras literárias.