Em todos os períodos há flores nos sertões: representações sertanejas nas cartas-crônicas de Paulo Bezerra (1985-2016)
Sertões. Seridó potiguar. Cartas-crônicas. Paulo Bezerra.
O objetivo deste trabalho foi analisar as representações de sertões existentes nas cartas-crônicas do escritor seridoense Paulo Bezerra (1933-2017). As principais fontes da pesquisa foram as obras: Cartas dos Sertões do Seridó (2000), Outras Cartas dos Sertões do Seridó (2004), Novas Cartas dos Sertões do Seridó (2009), Cartas dos Sertões do Seridó – 4º Livro (2013) e Últimas Cartas dos Sertões do Seridó (2018). O material utilizado nesse estudo não foram cartas comuns, de cunho pessoal, mas cartas que foram enviadas com o intuito da publicação e divulgação do seu conteúdo, assim a chamaremos de carta-crônica, de acordo com Silva (2012). Essas produções eram enviadas por Bezerra ao jornalista Woden Madruga, que as publicava em sua coluna no jornal Tribuna do Norte. Com o passar dos anos e grande volume de cartas-crônicas já produzidas, estas foram sendo gradativamente publicadas em livros. A análise das fontes foi feita a partir dos conceitos de representação, apropriação e circulação, segundo Roger Chartier (2002), que nos possibilita apresentar as representações criadas e/ou reformuladas por Bezerra. Os sertões enquanto categoria produzida para delimitar um espaço físico, social e cultural será pensado a partir de autores como Janaína Amado (1995) em diálogo também com outros escritores que pensam os sertões brasileiros, mas evidenciando o sertão construído e narrado por Paulo Bezerra.