Representações do sertão nordestino na produção quadrinística potiguar (1992-2015)
Quadrinhos. Representação. Sertão. Estética. Semiótica.
Problematiza a estética e forma como dois editoriais de quadrinhos do Rio Grande do Norte, Brasil, representaram o sertão nordestino, o sujeito sertanejo e suas práticas culturais. O estudo abrangeu doze (12) revistas, onde se constatou representações sertanejas em vinte (20) narrativas. Neste universo, dez (10) estão presentes em sete (07) números da revista Maturi, do Grupo de Pesquisa em História em Quadrinhos (Grupehq), de Natal; e dez (10) em cinco (05) publicações do Grupo Pau a Pique de Histórias em Quadrinhos (Grupphq), atual Associação Avoante de Cultura (AAC) da cidade interiorana de Currais Novos: Estórias de Vaqueiros, Caos nas Tetas, Kueka, Quadrinhos Avoante nº 01 e Kankão nº 01. Desta coleção, selecionou um (01) quadrinho de cada grupo para obter dados. Utilizou abordagem metodológica de análise semiótica a partir de Umberto Eco para decodificação dos signos gráficos conforme aponta Antônio Cagnin. Aplicou o esquema dos “vinte e dois painéis que sempre funcionam” de Wally Wood para identificar enquadramentos de cenas. Utilizou categorias para definir cada tipo de transição entre os requadros elaborados por Scott McCloud. Para reconhecimento dos signos sertanejos baseou em Janaína Amado, Erivaldo Neves, Durval Albuquerque Júnior e Antônio Araújo Sá. Após emprego do diagrama metodológico, encontrou duas estéticas de produção e duas representações sertanejas. Uma do litoral, contemplada de estereótipos como pobreza, miséria, doenças e rusticidade, atrelado à ideia de barbárie e violência; outra do interior, e entre as características, a representação de diversão, humor, bem como, perspectiva social e econômica, mesmo que ainda acompanhe estereotipias.