Banca de DEFESA: ADRICIA FONSECA MENDES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ADRICIA FONSECA MENDES
DATA : 25/02/2019
HORA: 09:30
LOCAL: Auditório do NUPEP
TÍTULO:

A IMPORTÂNCIA DA PREPARAÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL I DAS ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS E ESTADUAIS PARA A MELHORIA DA PERCEPÇÃO DE RISCOS DE DESASTRES NO MUNICÍPIO DE NATAL/RN


PALAVRAS-CHAVES:

Criança; Desastre; Percepção de risco; Escola; Preparação; Simulado.


PÁGINAS: 150
RESUMO:

As crianças estão entre os segmentos da população mais afetados por desastres. Muitas das escolas de Ensino Fundamental I na cidade de Natal-RN, Brasil, estão localizadas em áreas de riscos que concentram grande quantidade de crianças menores de quinze anos. Contudo, estas escolas podem desempenhar um papel facilitador crucial para desenvolver e aguçar as percepções de riscos das crianças e propiciar o desenvolvimento de atitudes e habilidades seguras e resilientes no enfrentamento de possíveis riscos e desastres, através de ações educativas e de treinamentos. Diante disso, esta pesquisa teve como objetivo geral analisar a percepção de riscos de desastres dos alunos (crianças) do ensino fundamental I. A pesquisa foi realizada em escolas da rede pública municipal e estadual do Ensino Fundamental I da cidade de Natal/RN, em três etapas principais. A primeira consistiu na realização de oficinas com Grupos Focais (GFs) formados por alunos do 5° ano do Ensino Fundamental I de uma escola pública estadual localizada no bairro de Mãe Luíza, Natal/RN, com a finalidade de elaborar e validar o questionário do survey (segunda etapa da pesquisa). Na Escola de Mãe Luíza – EML (nome fictício dado à escola pesquisada) foram realizadas quatro oficinas, com duração aproximada de uma hora e meia cada, em que participaram 23 alunos dos 5° anos A e B da escola. Cada oficina foi composta por um GF, constituído de três a oito alunos, com faixa-etária entre 9-14 anos. Nas oficinas, norteadas por temas motivadores, os alunos foram convidados a falar acerca das suas percepções de riscos de desastres e da preparação recebida para o enfrentamento de riscos e desastres, As oficinas foram gravadas e, posteriormente, as falas dos alunos foram analisadas. A segunda etapa da pesquisa consistiu na realização de um survey, cujo questionário foi elaborado com base nos resultados da etapa anterior. Para a seleção das escolas pesquisadas, utilizou-se a amostragem estratificada, tomando-se como base o grau de vulnerabilidade socioambiental das áreas que compõem o município, que varia de muito alto até muito baixo. A presente pesquisa foi aplicada apenas nas áreas de muito alta e alta vulnerabilidade socioambiental, que agregam 26 das 60 escolas públicas municipais de Natal, onde existe o quinto ano do Ensino Fundamental I. Para o cálculo do tamanho da amostra, bem como a seleção aleatória das escolas, empregou-se o software estatístico R, gerando-se uma amostra de tamanho n=11 escolas (sendo cinco escolas localizadas em áreas de muito alta vulnerabilidade e seis localizadas em áreas de alta vulnerabilidade). Os questionários foram aplicados a todos os alunos presentes em sala de aula nos dias previamente combinados para a realização da pesquisa, a saber, n=400 alunos (sendo n=191 do sexo feminino e n=209 do sexo masculino, com faixa etária compreendida entre 9 e 15 anos). A terceira etapa da pesquisa, diz respeito à realização de um estudo de caso, que consistiu na realização de um exercício simulado de evacuação da EML, voltado à toda a comunidade acadêmica  do turno vespertino da escola. Previamente à realização do simulado, ocorreram uma oficina de primeiros socorros e três práticas de preparação de evacuação (P1, P2 e P3) para o exercício simulado, constituído de um cenário de incêndio. No início das práticas P1, P2, e P3, foram aplicados questionários para todos os alunos presentes, porém apenas os questionários aplicados aos alunos do 5°ano foram analisados. Participaram do exercício simulado 47 alunos (23 alunos do 5°ano, 13 alunos do 4°ano e 11 alunos do programa Mais Educação), 5 professores e 7 funcionários, perfazendo um total 59 participantes. Tanto a oficina de primeiros socorros, quanto as práticas de preparação e o exercício simulado de evacuação em si, foram devidamente filmados. Após a realização do simulado foi realizado um debriefing com os participantes para avaliarem-no e se auto-avaliarem. Os mesmos questionários aplicados antes da prática de evacuação foram novamente aplicados aos alunos do 5°ano da EML. Os resultados da pesquisa survey demonstram que a noção do termo desastre, compreendida pelos alunos pesquisados, é variada e abrangente. Contudo, analisando-se as respostas, as duas situações mais percebidas como desastres pelos alunos são alagamento (n=151) e incêndio (n=69), cujas principais causas atribuídas por eles são, respectivamente, chuva (n=301) e brincadeira com fogo (n=227). Eles percebem o alagamento (n=180), o incêndio (n=177) e a violência (n=105) como as situações mais prováveis de ocorrerem nas escolas em que estudam ou no entorno delas. 83% reconhecem a importância de aprender sobre quando pode ocorrer um desastre. Para as questões que se referem aos comportamentos/atitudes que deveriam adotar em situações emergenciais como incêndio, alagamento e desabamento, a resposta referente a “sair para a rua o mais rápido possível” foi bastante significativa e apresentou, respectivamente, os seguintes percentuais: 31%, 30% e 36%. “Ajudar as crianças pequenas a saírem” correspondeu a 21%, 33% e 33% das respostas, respectivamente. No debriefing realizado imediatamente após o simulado, os alunos relataram que a fumaça produzida no exercício simulado os havia assustado, devido ao realismo. Estimulado pelo coordenador do simulado a refletir sobre o mesmo, os alunos reconheceram, negativamente, a falta de atitude de todos para ajudar os alunos que haviam caído durante a evacuação e, positivamente, o comportamento dos alunos que se abaixaram ao passar pela fumaça e o tempo reduzido levado para evacuar a escola, durante o exercício simulado, confrontando-se com o tempo consumido nas práticas anteriores. Apontaram ainda como positivo, para o comportamento adotado durante a evacuação do exercício simulado, o ensinamento recebido e as práticas vivenciadas previamente. Antes do simulado, 61% dos alunos (n=14) afirmaram que, em um incêndio, sairiam da escola, correndo para a rua, e 39% dos alunos (n=9) responderam que não sabiam como evacuar a escola. Depois do simulado, 100% (n=23) dos alunos responderam que se sentiam preparados para evacuar a escola. Pôde-se observar que o desenvolvimento de ações educativas e informativas e práticas nas escolas, referentes à preparação, prevenção e mitigação de desastres, contribuem para aguçar a percepção de riscos e desastres, e, consequentemente, desenvolver atitudes e habilidades seguras e resilientes das crianças. Espera-se que esta pesquisa possa sensibilizar autoridades e agentes da Secretaria de Educação, do órgão de Proteção e Defesa Civil e integrantes das comunidades escolares do Ensino Fundamental I – principalmente das localizadas em áreas de risco – sobre a importância da preparação contínua das crianças para o enfrentamento de riscos e desastres nas referidas escolas.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 1218831 - CARLA ALMEIDA VIVACQUA
Externo à Instituição - PAULO VICTOR RODRIGUES DE CARVALHO - MCTI
Externo ao Programa - 1217091 - PITAGORAS JOSE BINDE
Presidente - 1217772 - RICARDO JOSE MATOS DE CARVALHO
Externa ao Programa - 2758574 - SARA RAQUEL FERNANDES QUEIROZ DE MEDEIROS
Notícia cadastrada em: 22/02/2019 15:37
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