Instrumentos de Avaliação de Leitura de Palavras e Pseudopalavras: Revisão e Aplicabilidade
Revisão; Avaliação Educacional; Leitura; Dificuldades de Aprendizagem.
Objetivo: Mapear na literatura os instrumentos, validados ou não, utilizados para a avaliação da leitura oral de palavras e pseudopalavras em escolares de 6 a 14 anos (Estudo 1) e estudar as variáveis psicolinguísticas de um banco de estímulos a ser utilizado como instrumento de avaliação da leitura oral de palavras e pseudopalavras (Estudo 2). Método: Para o Estudo 1, foi realizada uma revisão de escopo seguindo as diretrizes PRISMA-ScR. A questão de pesquisa foi desenvolvida utilizando a estratégia “PCC” (População, Conceito e Contexto). A busca por estudos relevantes foi realizada nas bases de dados National Library of Medicine (PubMed), Scopus, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), EMBASE, Education Resources Information Center (ERIC) e LiVIVO, com termos em português, espanhol e inglês, conforme a base de dados. Foram incluídos estudos que utilizavam instrumentos de avaliação e/ou monitoramento da leitura oral de palavras e pseudopalavras em escolares de 6 a 14 anos e 11 meses, em ambiente clínico ou escolar. Para o estudo 2, foi utilizado o aplicativo Fluency IDB Portuguese, para avaliar a decodificação de palavras e pseudopalavras de escolares do 1º, 2º e 3º do Ensino Fundamental I. Resultados: No estudo 1, a análise de 16 estudos incluídos revelou 11 instrumentos de avaliação, com estímulos que variam em complexidade silábica, regularidade, frequência, e extensão, incluindo palavras regulares e irregulares de alta e baixa frequência, curtas e longas, e pseudopalavras que seguem as regras da língua do teste. Porém, houve uma baixa descrição da validação dos instrumentos utilizados nos estudos. Já no estudo 2, observou-se uma melhora progressiva no desempenho ao longo dos anos escolares, com a redução de erros e o aumento do número de acertos no 2º e 3º ano do Ensino Fundamental I, além disso, fatores como o número e a complexidade silábica dos estímulos demonstraram influência significativa no desempenho dos alunos durante o processo de escolarização. Conclusão: No estudo 1, foi possível analisar 11 instrumentos de avaliação da leitura oral de palavras e pseudopalavras em escolares, destacando a diversidade de métodos e a frequente falta de informações sobre validação, o que pode comprometer a precisão dos resultados. Observou-se ênfase em velocidade, precisão e características como complexidade silábica, essenciais para avaliar o processamento lexical e sublexical. Os achados reforçam a necessidade de desenvolver e validar ferramentas mais confiáveis, contribuindo para políticas educacionais e intervenções mais eficazes. Já no estudo 2, os resultados indicaram que desempenho na leitura melhora com o avanço escolar, sendo influenciado pela complexidade silábica e pela familiaridade lexical. Crianças mais novas têm mais dificuldade com palavras complexas, enquanto as mais velhas se saem melhor, indicando que a fluência leitora depende do desenvolvimento de habilidades fonológicas e ortográficas. Pseudopalavras são mais difíceis de ler do que palavras reais, reforçando a importância da familiaridade lexical. Os resultados destacam a necessidade de considerar a complexidade silábica e o nível escolar em avaliações, intervenções e materiais didáticos, promovendo uma progressão adequada no ensino da leitura.