PREVENCAO DA SIFILIS DA GESTACAO AO NASCIMENTO: IMPLEMENTACAO DE UMA OFICINA EDUCATIVA COM PROFISSIONAIS DE SAUDE DA ATENCAO PRIMARIA
sífilis congênita, Atenção Primária a Saúde, educação na saúde, profissionais de saúde
Os desfechos desfavoráveis relacionados a sífilis congênita são graves e a meta de erradicação da sífilis congênita até o ano de 2030, proposta pela OMS, se torna cada dia mais desafiadora, no cenário mundial de progressão crescente de casos de sífilis. Analisamos o perfil epidemiológico da sífilis congênita na 5ª Região de Saúde – Santa Cruz/RN, entre junho de 2016 e 2023. Foi realizado estudo observacional, exploratório e descritivo, com abordagem quantitativa, de caráter documental e retrospectivo. Para isso, foram analisadas 307 fichas de notificação de sífilis congênita do SINAN, preenchidas por profissionais de saúde do Hospital Universitário Ana Bezerra entre junho de 2016 e 2023. Foram identificados os municípios da 5ª Região de Saúde do RN com as maiores taxas de incidência de sífilis congênita, além de lacunas que podem levar a prevalência do agravo. Em seguida, selecionamos um município para a implementação da oficina “Combatendo a sífilis da gestação ao nascimento”, como estratégia de educação em saúde, para capacitação de profissionais de saúde da APS no combate à sífilis e à sífilis congênita. O projeto de pesquisa foi encaminhado ao CEP da FACISA e aprovado. Os casos de sífilis congênita seguiram um comportamento crescente entre junho de 2016 e dezembro de 2020 e decrescente entre 2021 e 2022, quando apresentou novo crescimento até o ano de 2023, esse comportamento difere do apresentado pelo estado do RN e pelo Brasil no mesmo período. A análise das taxas médias de incidência de sífilis congênita entre junho de 2016 e dezembro de 2022 mostra que os municípios com maiores taxas de incidência de sífilis congênita (por 1.000 nascidos vivos) na amostra foram São Bento do Trairi (23,6), São Pedro (23,4), Lajes Pintadas (23,2) e Bom Jesus (22,4). Além disso, identificamos que a partir de 2019 o diagnóstico da sífilis gestacional foi feito predominantemente no momento do parto e não no pré-natal, demonstrando a fragilidade da assistência pré-natal ofertada. Assim, optou-se por desenvolver e implementar a oficina “Combatendo a sífilis da gestação ao nascimento”, como estratégia de capacitação de profissionais de saúde da APS no combate à sífilis e à sífilis congênita, com vistas a prevenção de novos casos e da transmissão vertical da sífilis. Realizamos a oficina no dia 28 de outubro de 2024, com a participação de 21 profissionais, entre estes, enfermeiros, técnicos de enfermagem e ACS, em que abordamos a situação epidemiológica da sífilis, história natural da doença, diagnóstico (clínico e laboratorial), tratamento, notificação compulsória e monitoramento de casos. Por fim, a oficina foi avaliada pelos participantes através de Feedback e de instrumento próprio de avaliação. Estudos de análise de perfil epidemiológico de determinadas doenças são relevantes pois permitem direcionar estratégias de intervenção e recursos para áreas mais emergentes, aumentando a eficiência das ações de saúde. Outrossim, a educação na saúde além de necessária é bem recebida por profissionais de saúde, e contribui para o fortalecimento das políticas públicas de saúde e a promoção da saúde materno-infantil.