ARQUITETURA DE MUSEU-PARQUE: Os pavilhões expositivos do Instituto Inhotim
Arquitetura. Projeto de arquitetura. Arte contemporânea. Espaços expositivos. Inhotim.
A tese aqui apresentada propõe o estudo da relação entre arquitetura e arte, tendo como estudo de caso os pavilhões expositivos do Instituto Cultural Inhotim, localizado na cidade de Brumadinho, Minas Gerais. A investigação procura responder à seguinte questão: Em que medida as características formais das obras de artes visuais conduziram o processo de concepção dos projetos dos pavilhões de caráter permanente do Instituto Inhotim? A partir do problema apresentado, outras questões foram elaboradas para o desenvolvimento da pesquisa: Os espaços expositivos do Instituto Inhotim apresentam características que os diferenciam de projetos de arquitetura museológica elaborados para outras instituições? Que aspectos lhes são específicos? Como vem se estabelecendo a relação entre a arquitetura e as artes visuais no Instituto Inhotim, hoje? O estudo busca, a partir da análise dos pavilhões expositivos daquela instituição, relacionar as características morfológicas e funcionais das edificações com as obras de arte contemporânea (de caráter permanente) e o diálogo entre arquiteto e artista durante o processo projetual. Para tanto, é feita a análise dos pavilhões permanentes à luz do discurso dos arquitetos e artistas envolvidos no processo projetual. Pretende-se, com este estudo, trazer uma contribuição acerca da produção da arquitetura contemporânea brasileira, abrindo, assim, novos caminhos para estudiosos interessados no campo de projeto de arquitetura de museus e espaços expositivos, tendo como enfoque as relações entre arte e arquitetura. As conclusões do estudo apresentam que, no panorama dos espaços projetados para a arte no Brasil, podemos afirmar que o Inhotim se apresenta como um caso único. O Inhotim se configura a partir de uma expografia que inclui o acervo exibido em parte “ao ar livre” (esculturas, por exemplo) entre a vegetação do parque e outras obras (como instalações e pinturas) são abrigadas em edificações projetadas através de parcerias entres arquitetos e artistas. Nesta perspectiva, a arte contemporânea, que agrupa uma gama de processos artísticos, encontra neste museu, um campo aberto para concretização das mais diversas proposições, nesse universo de criação. No que se refere aos projetos dos pavilhões para exposição permanente, outros aspectos são valorizados, além das características morfológicas das obras de arte, como, por exemplo, os temas e materiais utilizados pelos artistas em suas obras. Para finalizar, podemos afirmar que no Inhotim, e mais diretamente nos remetendo ao conjunto arquitetônico museológico em constituição, a arquitetura que vem sendo produzida, específica para abrigar obras de arte contemporânea, é inédita no campo do museu-parque de arte. A parceria entre arquiteto e artista conduz à produção de um projeto único de arquitetura que objetiva à proteção e exibição do acervo, em especial de instalações.