Pirâmide “holográfica”: uma introdução ao estudo da óptica no
ensino fundamental
Pirâmides “holográficas”. Hologramas. Ensino de Física. Ensino
Fundamental. Óptica.
Somos a todo o momento bombardeados por novas tecnologias que nos
permitem inúmeras façanhas, muitas delas inimagináveis décadas atrás. Neste cenário, a
indústria cinematográfica fomenta ainda mais o imaginário popular ao exibir, por
exemplo, hipotéticos hologramas interativos nos filmes de ficção científica e de superheróis.
Além dos cinemas, também podemos encontrar menção aos hologramas em
diversos outros cenários (eventos de premiação, campanhas de marketing e eleitorais,
shows de música, dentre outros), alguns destes se utilizam de dispositivos vulgarmente
denominados pirâmides “holográficas”. Essas pirâmides podem fornecer a nítida
impressão de que o espectador está observando um objeto real e tangível. Todavia,
conforme discutimos nessa dissertação, a maioria destas referências às imagens
holográficas estão equivocadas, ou seja, além de não serem hologramas de fato, não
passam de imagens bidimensionais. Isso pode gerar excelentes oportunidades
educacionais para o debate sobre temáticas referentes a ilusões de óptica e o que são os
hologramas, especialmente quando nos atentamos para a transição da curiosidade
ingênua do indivíduo em uma curiosidade epistemológica. Desse modo, desenvolvemos
um produto educacional por meio de uma sequência didática para a introdução ao
estudo da óptica no ensino fundamental. Tomamos como ponto de partida a construção
de uma pirâmide “holográfica” quadrangular e investigamos seu princípio físico de
funcionamento. A sequência didática foi estruturada de acordo com os três momentos
pedagógicos (problematização inicial, organização do conhecimento e aplicação do
conhecimento) desenvolvidos por Demétrios Delizoicov e que possuem bases
educacionais freirianas. Mediante a aplicação da sequência didática, evidenciamos os
principais resultados, entraves, expectativas e geramos o produto educacional final
incluindo sugestões de aplicações nos demais níveis de escolaridade. Dentre os
resultados alcançados, destacamos aspectos lúdicos identificados nas pirâmides
“holográficas” que favoreceram a introdução de conceitos básicos da óptica e da
matemática no ensino fundamental, assim como a imersão em diversos fatores da
construção científica, a exemplo da formulação e verificação de hipóteses e a coleta e
interpretação de dados.