MORTALIDADE POR CÂNCER DE MAMA NO BRASIL: TENDÊNCIAS TEMPORAIS E DISPARIDADES REGIONAIS (2000–2023)
Neoplasias da mama, Mortalidade, Saúde da mulher, Tendências, Iniquidades em saúde
O câncer de mama permanece como uma das principais causas de mortalidade entre mulheres no Brasil, apresentando disparidades regionais influenciadas por variações no acesso aos serviços de saúde, detecção precoce e disponibilidade de tratamento. Este estudo analisa as tendências temporais da mortalidade por câncer de mama no Brasil e em suas regiões, no período de 2000 a 2023, com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/Datasus). Para aprimorar a qualidade dos dados e garantir estimativas mais precisas, as taxas de mortalidade foram corrigidas por meio da redistribuição das causas mal definidas e dos diagnósticos incompletos. As taxas de mortalidade padronizadas por idade, utilizando como referência a população padrão mundial, foram analisadas por regressão de joinpoint para identificar tendências temporais significativas. No Brasil, a taxa média de mortalidade foi de 21,74 óbitos por 100.000 mulheres. A maior média foi observada na região Sudeste (24,43 por 100.000), enquanto a menor ocorreu na região Norte (13,91 por 100.000). Observou-se uma tendência geral de aumento da mortalidade no país (0,53%; IC95%: 0,44; 0,62), com elevações mais expressivas nas regiões Norte (2,53%), Nordeste (2,16%) e Centro-Oeste (1,12%). Em contrapartida, as regiões Sul e Sudeste apresentaram tendências estacionárias. O aumento persistente da mortalidade em regiões historicamente desfavorecidas evidencia a necessidade urgente de políticas públicas direcionadas à ampliação dos programas de rastreamento, ao fortalecimento da infraestrutura de saúde e à melhoria do acesso ao tratamento oportuno e eficaz. Enfrentar essas disparidades é essencial para a redução da mortalidade por câncer de mama e para a promoção de resultados de saúde equitativos entre as mulheres no país.