COMPOSIÇÃO CORPORAL A PARTIR DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E RISCO DE MORTALIDADE EM PACIENTES BRASILEIROS COM CÂNCER COLORRETAL
Câncer; composição corporal; massa muscular; tecido adiposo; tomografia computadorizada; sobrevida.
O câncer colorretal (CCR) ocupa o terceiro lugar em termos de incidência mundial, mas o segundo em termos de mortalidade. No Brasil, a taxa de incidência de CCR têm aumentado ao passar dos anos, ocupando atualmente a terceira posição entre os tipos de câncer mais incidentes, sendo os principais fatores explicativos para tal cenário o desenvolvimento socioeconômico e as mudanças comportamentais e alimentares, principalmente a influência de fatores de risco que incluem obesidade e inatividade física. A maioria dos pacientes com CCR, ao momento do diagnóstico, apresentam perda de massa muscular, mas não necessariamente acompanhada de perda ponderal, o que pode dificultar o diagnóstico de uma depleção muscular significativa. Apesar de existir uma vasta literatura nessa temática, ainda são escassos os trabalhos que exploraram as alterações na musculatura esquelética e adiposidade em pacientes com CCR brasileiros, e inexistem estudos que propuseram pontos de corte para classificar alterações na composição corporal especificamente nessa população. Esta tese de doutorado teve como objetivo analisar a composição corporal de uma coorte brasileira com CCR e é composta por um estudo multicêntrico que avaliou o impacto de diferentes fenótipos de composição corporal na mortalidade de pacientes brasileiros diagnosticados com CCR em início de tratamento. De acordo com os resultados obtidos, os parâmetros de massa muscular (Musculatura Esquelética - ME e Índice de Músculo Esquelético - IME) e de composição muscular (Densidade do Músculo Esquelético - DME e Tecido Adiposo Intermuscular - TAIM) foram independentemente associados com a sobrevida em 12, 24 e 36 meses, e os fenótipos que combinavam baixo IME e baixo DME apresentaram um risco aumentado de mortalidade aos 12 e 24 meses de acompanhamento. Os achados da presente tese de doutorado destacam a significância preditiva da baixa massa muscular esquelética e da pior composição muscular na mortalidade de pacientes brasileiros recém diagnosticados com CCR.