ASSOCIAÇÕES INDEPENDENTES E CONJUNTAS DE APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA E FORÇA MUSCULAR DOS MEMBROS INFERIORES COM EVENTOS CARDIOVASCULARES ADVERSOS IMPORTANTES EM ADULTOS MAIS VELHOS: UM ESTUDO LONGITUDINAL
Adultos mais velhos, aptidão cardiorrespiratória, força muscular dos membros inferiores, eventos cardiovasculares adversos maiores
Resumo
Objetivo: Investigar as associações independentes e conjuntas da aptidão cardiorrespiratória (ACR) e da força muscular dos membros inferiores (FMMI) com eventos cardiovasculares adversos maiores (ECAMs) em adultos mais velhos.
Métodos: Este estudo de coorte prospectivo incluiu adultos mais velhos residentes na comunidade com idades entre 60 e 80 anos sem doenças cardiovasculares diagnosticadas. ACR e FMMI foram o teste de caminhada de seis minutos e o teste de levantar da cadeira por 30 segundos, respectivamente. Baixa ACR e FMMI foram definidos como o quartil mais baixo, estratificado por sexo. ECAMs foram definidos como uma pontuação composta que incluía infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e mortalidade por todas as causas. Modelos de regressão de riscos proporcionais de Cox ajustados para fatores de confusão foram usados para análise de dados. Para a análise de associação independente, ACR e FMMI foram mutuamente ajustados nos modelos finais. Para a análise de associação conjunta, os participantes foram categorizados em quatro grupos: i) ACR e FMI normais (referência); ii) ACR normal e baixa FMMI; iii) baixa ACR e FMMI normal; iv) Concomitante baixa ACR e FMMI.
Resultados: Um total de 234 participantes (idade média: 67,0 ± 5,2 anos; 73,1% mulheres) foram incluídos na análise final. Em um acompanhamento médio de 5,0 ± 0,8 anos, 34 MACEs foram registrados. Na análise independente, baixa ACR foi associada a um risco maior para ECAMs (HR 2,63; IC de 95%: 1,09-6,37), mesmo após o ajuste para FMMI. Nenhuma associação significativa foi observada entre baixa FMMI e ECAMs (p > 0,05). Na análise conjunta, os participantes com concomitante baixa ACR e FMMI tiveram um risco maior para ECAMs (HR 3,87; IC de 95%: 1,40-10,71). Nenhuma associação significativa foi observada para baixa ACR ou baixa FMMI isoladas (p > 0,05).
Conclusões: Concomitante baixa ACR e FMMI foram fortemente associados a incidência de ECAMs em adultos mais velhos que vivem na comunidade. Essas descobertas sugerem que avaliar tanto ACR quanto FMMI pode ser clinicamente útil para identificar adultos mais velhos com maior risco de ECAMs.