Valor preditivo da espessura muscular medida por ultrassom modo A nos desfechos do cancer
Avaliação corporal; Sarcopenia; Prognóstico do câncer; Análise ultrassonográfica; Oncologia nutricional
Introdução/Objetivos: A redução da massa muscular esquelética em condições catabólicas, como o câncer, está relacionada a resultados clínicos adversos. A avaliação precisa da saúde muscular fornece informações prognósticas valiosas, auxiliando nas decisões terapêuticas para melhorar a qualidade de vida e a sobrevivência dos pacientes. O ultrassom modo A surge como uma opção acessível e portátil para avaliar a composição corporal, particularmente útil em ambientes clínicos com restrições financeiras. Este estudo teve como objetivo investigar a associação entre a espessura muscular derivada do ultrassom modo A e os resultados em pacientes com câncer, incluindo mortalidade, internações hospitalares prolongadas, mortalidade hospitalar e readmissões não planejadas. Métodos: Realizado com 358 pacientes no Hospital Universitário Onofre Lopes, o estudo coletou dados clínicos e sociodemográficos, com ultrassom modo A usado para medir a espessura muscular no bíceps (BMT) e na coxa (TMT). Esses resultados foram então analisados para associações com os resultados dos pacientes. Resultados: Os achados indicaram que o BMT, mas não o TMT, foi independentemente associado à mortalidade. Cada milímetro adicional de BMT correlacionou-se com uma redução de até 15% no risco de mortalidade. Valores de BMT abaixo de 13 mm para mulheres e 20,4 mm para homens foram identificados como preditores de maior mortalidade em seis meses. Pacientes com BMT abaixo desses limites apresentaram menor probabilidade de sobrevivência e um risco 2,5 vezes maior de mortalidade. Conclusões: O ultrassom em modo A pode ser uma ferramenta viável e econômica para avaliar a espessura muscular em pacientes com câncer, facilitando a identificação precoce do risco. Este estudo sugere que tal abordagem pode melhorar o atendimento ao paciente ao permitir intervenções oportunas, embora pesquisas adicionais com amostras maiores e protocolos padronizados sejam necessárias para validar essas descobertas