Banca de DEFESA: JANICE FRANÇA DE QUEIROZ

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JANICE FRANÇA DE QUEIROZ
DATA : 11/12/2024
HORA: 14:00
LOCAL: REMOTO: https://meet.google.com/rap-vzqi-dau
TÍTULO:

VULVODINIA: FATORES PSICOSSOCIAIS E ABORDAGENS PSICOTERAPEUTICAS


PALAVRAS-CHAVES:

Vulvodínia; vestibulodínia; dor vulvar; fatores psicossociais; psicoterapia


PÁGINAS: 92
RESUMO:

Introdução: A vulvodínia é uma condição marcada por dor vulvar, podendo ser crônica, na qual tem duração de três meses ou mais, sem uma causa claramente identificável. Pode ser do tipo generalizada e espontânea, ou localizada e provocada. É uma condição ginecológica comum com prevalência global estimada de aproximadamente 8% da população mundial, afetando tipicamente, mulheres com idade entre 20 e 40 anos, trazendo sintomas de dor vulvar em quase 10% das mulheres aos 40 anos. Pode ser causada por fatores multifatoriais, como por alterações hormonais, infecções recorrentes, lesões, traumas na área genital, predisposição genética ou inflamação na região vulvar, fatores psicossociais, entre outros. Mulheres com vulvodínia sentem angústia e incomodo a se submeter a exames ginecológicos ou se envolver em sexo com penetração, havendo aumento na intensidade de dor, disfunção sexual, altos níveis de ansiedade e depressão, assim diminuição na qualidade de vida. Fatores psicossociais estão associados a causa da vulvodínia, pois seu diagnóstico está associado a dificuldades psicológicas, emocionais e sexuais da mulher. Considerando o componente psicológico significativo envolvido no prognóstico da vulvodínia, psicoterapia e técnicas psicoterapêuticas podem oferecer opções de tratamento clinicamente práticas e resolutivas para a dor vulvar.

Objetivos: avaliar os fatores psicossociais e técnicas psicoterapêuticas no manejo da vulvodínia.

Materiais e métodos: Foram realizadas duas revisões sistemáticas, sendo uma delas com metanálise. As recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analysis (PRISMA) foram seguidas. No artigo 1, uma estratégia de busca foi utilizada para estudos observacionais (caso-controle e coorte) que investigaram os fatores psicossociais associados à vulvodínia, seus efeitos na sexualidade, saúde mental e qualidade de vida da mulher, avaliando como desfecho primário dor vulvar, nas bases de dados: PubMed, LILACS, Embase, CINAHL, Web of Science, Scopus e PsycINFO, e o risco de viés foi avaliado usando a Escala Newcastle-Ottawa para Estudos Observacionais. No artigo 2, uma estratégia de busca foi utilizada para ensaios clínicos randomizados, comparando intervenções psicoterapêuticas e técnicas psicoterapêuticas para vulvodínia, com avaliação do desfecho primário a intensidade da dor vulvar, nas bases de dados: PubMed, Embase, Scopus, Web of Science, Cochrane Central Register of Controlled Trials, PsycInfo e Clinical Trial Databases, e o risco de viés foi avaliado usando a ferramenta Cochrane Risk of Bias (RoB 2.0) e o RevMan 5.4 foi usado para síntese de dados (metanálise). Em ambos os artigos, dois autores selecionaram e extraíram os dados dos artigos de forma independente, e para classificar a força da evidência, foi utilizada a abordagem Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation Working Group (GRADE).

Resultados: Um total de 3.182 artigos, para a primeira revisão foram identificados, destes 22 estudos atenderam aos critérios de elegibilidade e foram incluídos, compreendendo 2.624 pacientes. Houve associação dos fatores psicossociais à vulvodínia. Para função sexual, os desfechos apresentados foram à dispareunia e disfunção sexual. Para a qualidade de vida, mostrou que mulheres com dor vulvar crônica tiveram maior dificuldade em realizar atividades físicas e experimentaram humores e sentimentos negativos. O risco de viés mostrou qualidade média dos estudos, de boa a excelente. Os estudos falharam em descrever os resultados (coorte não exposta ou o grupo de controle) e, conterem uma população dos estudos pequena, o que impossibilitou a meta-análise. Na segunda revisão, um total de 1.884 artigos foram identificados, na qual 10 estudos atenderam aos critérios de elegibilidade e foram incluídos na revisão sistemática, e 02 estudos foram incluídos na metanálise, compreendendo 951 participantes. Ao comparar a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) com o grupo controle, a diferença média na análise combinada para o Questionário de Aceitação da Dor Crônica não diferiu significativamente entre a terapia ACT e outras terapias, para avaliação pós-tratamento (MD = 0,77; IC 95% -3,45,4, 99). O risco de viés foi alto em 03 estudos, devido à falta de clareza no processo de mensuração dos resultados. O GRADE para a certeza da evidência para dor vulvar usando ACT foi considerada moderada.

Conclusão: Existe certeza de evidências na associação entre fatores psicossociais, vulvodínia, função sexual e ajustamento psicológico (depressão e ansiedade), sugerindo que o enfrentamento às causas psicossociais, podem melhorar a qualidade de vida geral das pacientes com vulvodínia, diminuindo os sintomas. Tratamentos que incorporam a ACT e outras técnicas psicoterapêuticas parecem reduzir a dor vulvar, melhorar a função sexual, o emocional e a qualidade de vida. No entanto, a não heterogeneidade de alguns estudos incluídos na pesquisa, e o pequeno tamanho amostral, impediu a realização de meta-análise nos dois estudos, impossibilitando resultados mais robustos


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1199080 - ANA KATHERINE DA SILVEIRA GONCALVES DE OLIVEIRA
Interna - 347027 - EULALIA MARIA CHAVES MAIA
Externa à Instituição - ISABEL CRISTINA CHULVIS DO VAL GUIMARÃES - UFF
Externo à Instituição - JOSÉ ELEUTÉRIO JÚNIOR - UFC
Externa ao Programa - 2786809 - MARIA THEREZA ALBUQUERQUE BARBOSA CABRAL MICUSSI - null
Notícia cadastrada em: 14/11/2024 10:53
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