Banca de QUALIFICAÇÃO: FERNANDO DA SILVA CORDEIRO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FERNANDO DA SILVA CORDEIRO
DATA : 03/08/2021
HORA: 14:30
LOCAL: Plataforma virtual Google Meet
TÍTULO:

“CONSTARÁ ESTA VERDADE DA SEGUINTE HISTÓRIA...”: A CONSTRUÇÃO NOMINALIZADORA DE PARTICÍPIO PRESENTE EM PERSPECTIVA DIACRÔNICA


PALAVRAS-CHAVES:

Nomes deverbais. Construção nominalizadora. Particípio presente. Linguística Funcional Centrada no Uso.


PÁGINAS: 152
RESUMO:

Analisamos, nesta tese, a construção nominalizadora de particípio presente, representada pelo esquema [[X]V nte], que licencia a formação de substantivos e adjetivos deverbais no Português e encontra raízes no particípio presente latino. Objetivamos caracterizar formal e funcionalmente a construção em estudo bem como explicitar motivações semântico-cognitivas e discursivo-pragmáticas implicadas em seu uso, tendo em vista, principalmente, a recategorização da forma de particípio em substantivos e adjetivos. Defendemos a tese de que a trajetória particípio-nome é multidirecional e que essa construção lexical é prototipicamente adjetiva, sendo a flutuação categorial entre adjetivo e substantivo motivada, sobretudo, por projeções metonímicas. Assentamo-nos teoricamente na Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU), nos termos de Furtado da Cunha, Bispo e Silva (2013) e Oliveira e Rosário (2016), que incorpora contribuições da Gramática de Construções na linha de Goldberg (1995, 2006), Croft (2001), Traugott e Trousdale (2013), Hilpert (2014). Trata-se de uma pesquisa diacrônica, que conta com dados coletados de amostras do Português escrito entre os séculos XIII e XX, representativas de configurações textuais diversas. Metodologicamente, caracterizamos esta pesquisa como de natureza básica, cuja abordagem é eminentemente qualitativa, com suporte quantitativo; quanto aos objetivos, é uma pesquisa descritivo-explicativa. Os resultados parciais apontam um crescimento na frequência de uso da construção ao longo do tempo, tanto em termos de ocorrência (token), quanto em termos de tipo (type). Entre as propriedades formais mais relevantes, citamos a ausência de mudanças significativas na estrutura morfossintática do padrão formal; a presença de lexemas verbais do latim no slot de verbo da construção; e a herança parcial da estrutura argumental do verbo-base, o que está, em alguns contextos, condicionada a motivações semântico-cognitivas e discursivo-pragmáticas. Já entre as propriedades funcionais, identificamos que bases menos agentivas são mais frequentes entre as formações adjetivas, enquanto as bases mais agentivas são preferidas entre os substantivos. Encontramos, pelo menos, quatro sentidos da construção: circunstancial, aspectual, avaliativo e agentivo, que se estabelecem mediante a interação de fatores morfossintáticos, semântico-cognitivos e pragmáticos.  Os processos de (inter)subjetividade e inferenciação pragmática são cruciais para a expansão do sentido das instanciações da construção em estudo nos contextos em que ocorrem, o que se evidencia pelas avaliações positivas e negativas carreadas no uso de determinados construtos.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CARLOS ALEXANDRE VICTORIO GONÇALVES - UFRJ
Presidente - 1551756 - EDVALDO BALDUINO BISPO
Interna - 345.159.097-20 - MARIA ANGELICA FURTADO DA CUNHA - UFRN
Notícia cadastrada em: 08/07/2021 16:39
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