Banca de DEFESA: GABRIELLA KELMER DE MENEZES SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GABRIELLA KELMER DE MENEZES SILVA
DATA : 25/01/2021
HORA: 14:30
LOCAL: videoconferêncica
TÍTULO:

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS DORES: VIOLÊNCIA E SILÊNCIO NO ROMANCE DE BEATRIZ BRACHER

 


PALAVRAS-CHAVES:

Silêncio; Violência; Não Falei; Beatriz Bracher. 


PÁGINAS: 126
RESUMO:

A partir de uma abordagem que investiga a criação literária em concomitância com a representação da vida social, conforme a crítica integrativa de Antonio Candido (2014, 2017), esta pesquisa teve como objeto de estudo o romance contemporâneo Não falei, da escritora brasileira Beatriz Bracher. A obra lida com a narração memorialística de um narrador-protagonista que foi torturado durante a ditadura civil-militar brasileira e acusado de ter delatado o cunhado, militante político assassinado pelo regime autoritário. Esses acontecimentos resultam em um silêncio de anos, no qual o sujeito ficcional se recusa a endereçar a acusação. Frente a essa configuração romanesca, o objetivo desta pesquisa foi analisar, no texto literário, as intercorrências entre violência e silêncio. Estudamos a primeira temática segundo as contribuições de Jaime Ginzburg (2012, 2017), Márcio Seligmann-Silva (2000) e Sigmund Freud (1989, 2012), no que tange à estética da violência, à representação da catástrofe e ao trauma decorrente da tortura; a segunda, conforme o entendimento de Roland Barthes (2003) do silêncio como signo, de Eni Orlandi (2007), quanto ao silenciamento como interdição do sentido, e de Lourival Holanda (1992), no que diz respeito à não-verbalização como manifestação que pode permitir entrever opressões sociais. Ao longo do estudo, foram destacados o aspecto fragmentário da representação da tortura, a equivalência entre o silêncio do torturado e a resistência, o impacto da violência na visão de mundo do narrador e o silêncio como uma condição cultivada ao longo da obra, seja no âmbito familiar, perante os conhecidos ou durante a ditadura civil-militar. Percebe-se, então, que a postura linguística reticente e reservada do protagonista em se defender da acusação advém de uma desconfiança com a linguagem e com os homens, cujas raízes estão na sala de interrogatório em que a violência foi exercida. Além disso, notou-se como a representação literária cria uma narração incompleta e polissêmica, na esteira dos traumas que atingiram o narrador durante a tortura, das perdas sofridas por ele e da necessidade pelo silêncio como resguardo de si mesmo. O estudo dessas questões indica a relevância da obra literária na adoção de uma perspectiva singular de um acontecimento histórico traumático, evidenciando, por meio da situação ficcional, aquilo que foi encoberto pelos discursos oficiais.

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1299003 - DERIVALDO DOS SANTOS
Interna - 341.721.574-91 - VALDENIDES CABRAL DE ARAÚJO DIAS - UFRN
Externo à Instituição - JOSÉ EDILSON DE AMORIM - UFCG
Notícia cadastrada em: 19/01/2021 12:00
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