Banca de QUALIFICAÇÃO: EVALDO GONDIM DOS SANTOS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EVALDO GONDIM DOS SANTOS
DATA: 03/11/2014
HORA: 09:30
LOCAL: a definir
TÍTULO:

Cartografias da metaficção paródica em O Xangô de Baker Street: “conhece os meus métodos”


PALAVRAS-CHAVES:

metaficção, paródia, humor, fabulação, O Xangô de Baker Street.


PÁGINAS: 710
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Letras
SUBÁREA: Literatura Comparada
RESUMO:

A proposta desta tese é a de apresentar cartografias da metaficção paródica no romance O Xangô de Baker Street (1995), de Jô Soares, e no filme homônimo (2001), de Miguel Faria Júnior. Tanto o romance quanto o filme põem em cena o que escapa aos elementos recorrentes nas narrativas policiais doylianas, bem como a discursos que são trazidos para a ficcionalidade. Estas obras, estando para além de meras reproduções, apontam para suas próprias constituições, trazendo à baila questões próprias à ficção policial de enigma, principalmente, temas referentes aos elementos recorrentes às narrativas policiais doylianas. Sendo monumentos artísticos que não se sustentam em outras coisas a não ser neles mesmos, tais obras maquinam sua própria produção, desterritorializando o que possa dar margens a narração verídica. Trata-se de uma escrita que suspende a palavra, deixando-a sem os entraves de ordens discursivas, dando visibilidades outras a travessias que se operam na esteia de imagens criadas pelo escritor e cineasta. Com este intuito, analisamos como se desenvolve nestas obras uma escrita que, acontecendo no deslizamento da significação, se volta para a própria narração, apontando para mundos possíveis que se sustentam por si mesmos. Para lidar com o universo destas obras, formulamos a nossa pesquisa estabelecendo leituras que tratem, sobretudo, da escrita autopoiética, do humor enquanto arte das superfícies, bem como da fabulação de mundos por vir que se projetam, fazendo uso de conceitos da filosofia da diferença em Deleuze e Guattari e da crítica literária, principalmente, em Blanchot e Barthes tais como máquina autopoiética, humor, fabulação, espaço literário e escrita intransitiva. Ao apontar para suas próprias constituições, o romance de Jô Soares e sua adaptação para o cinema trazem a metaficcionalidade intensivamente para seus planos de composição pelo parodiar de elementos recorrentes às narrativas policiais doylianas e de discursos logocêntricos e etnocêntricos estigmatizadores.  O que acontece no plano de composição não se encontra em um tecido narrativo que busque delinear sentidos. Na superfície da escrita, toda uma criação que se encaminha para aventuras do detetive que descobre pelo olhar perspectivado não se torna realidade ficcional. No romance de Jô Soares e na sua adaptação para o cinema vários mundos se insinuam no espaço da escrita. São virtualidades que, transpondo afecções e percepções do vivido, se projetam em devires e paisagens não humanas num Brasil que faz de conta que é europeu e vê esse fingimento.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1149457 - ILZA MATIAS DE SOUSA
Externo à Instituição - RONIE RODRIGUES DA SILVA - UERN
Interno - 3351552 - ROSANNE BEZERRA DE ARAUJO
Notícia cadastrada em: 08/10/2014 15:14
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