Banca de QUALIFICAÇÃO: ROSÁLIA CARMEN DE LIMA FREIRE

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ROSÁLIA CARMEN DE LIMA FREIRE
DATA: 06/08/2012
HORA: 09:00
LOCAL: auditorio de psicologia
TÍTULO:

FENÓTIPO NEUROPSICOLÓGICO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SÍNDROME DE DOWN


PALAVRAS-CHAVES:

síndrome de down, fenótipo neuropsicológico, avaliação neuropsicológica.


PÁGINAS: 58
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

A Síndrome de Down (SD) é a causa genética mais comum de deficiência intelectual, com incidência aproximada de um para cada 800 nascimentos vivos. Na grande maioria dos casos, esta síndrome está associada à “trissomia do 21”, que se refere a presença de três cromossomos 21, ao invés de dois, em todas as células do organismo (Rondal, 1993; Silverman, 2007). Esta alteração na dosagem gênica, por sua vez, é responsável por uma série de comprometimentos no desenvolvimento neurológico destas crianças, evidenciado pelo atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e presença de prejuízos variados em suas funções cognitivas (Schawartzman, 2003). Alterações no domínio da linguagem são acentuadas nesta população e terminam por comprometer as trocas sociais (Martin, Klusek, Estigarribia & Roberts, 2009). Além disto, dificuldades em manter a atenção e deficiências no campo da memória ocasionam prejuízos diversos na aprendizagem (Lott & Dierssen, 2010). Por outro lado, do ponto de vista comportamental são descritas como crianças alegres e sociáveis, embora na adolescência apresentem grande tendência à depressão (Hodapp & Dykens, 2004). O padrão de alterações motoras, cognitivas, linguísticas e sociais que acompanham diferentes condições clínicas é denominado fenótipo comportamental (Artigas-Pallarés, Gabau-Vila & Guitart-Feliubadaló, 2006). Ressalta-se que estudos vêm sendo realizados com o intuito de estabelecer os fenótipos comportamentais associados a quadros clínicos específicos (Silverman, 2007). No entanto, identifica-se ainda uma carência no tocante à realização de investigação mais detalhada do perfil neuropsicológico destes subgrupos clínicos, notadamente em termos das funções cognitivas superiores mais sensíveis à modulação genética. Salienta-se que a busca pela delimitação de tal perfil não exclui a consideração das dimensões sócio-histórico-culturais que participam da estruturação e organização das funções cognitivas complexas, mas defende-se aqui que subgrupos clínicos específicos compartilham entre si características específicas que podem ter como determinantes subjacentes o domínio biológico. Os fenótipos comportamentais ou neuropsicológicos podem ser definidos, portanto, em termos da probabilidade que indivíduos com síndromes específicas possuem de apresentar um perfil característico de habilidades e dificuldades (Fidler, 2005; Hodapp & Dykens, 2004). Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo contribuir para a caracterização de um fenótipo neuropsicológico de crianças e adolescentes com SD. Propõe ainda como objetivos específicos (1) comparar tal fenótipo com o de crianças de desenvolvimento típico sem alterações neuropsiquiátricas e (2) oferecer subsídios para a melhor compreensão acerca do papel de diferentes aspectos (cognitivos, comportamentais e socioafetivos) do fenótipo neuropsicológico da SD. Participarão do estudo 45 crianças e adolescentes, sendo 15 diagnosticadas com SD, de ambos os sexos, com idades entre 12 e 16 anos, atendidas em duas instituições da cidade de Natal/RN: a Associação de Pais Amigos dos Excepcionais (APAE) e o Centro de Reabilitação Infantil (CRI). Participarão ainda 30 crianças de desenvolvimento típico, alunas de escolas regulares de Natal, e que serão pareadas com o grupo das crianças com Down a partir das variáveis: idade mental, sexo e nível socioeconômico. A participação na pesquisa acontecerá mediante a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelos pais ou responsáveis. Os participantes serão submetidos a uma bateria de testes neuropsicológicos, a fim de avaliar os aspectos cognitivos do fenótipo, composta pela Escala WISC-III, Teste Matrizes Progressivas coloridas de Raven, Teste de Atenção por Cancelamento, Span de palavras simples e complexo do Neupsilin, Span de Cores, Teste de memória lógica (Recordação de Histórias), Lista de Palavras de Rey, Figura Complexa de Rey, Prova de avaliação dos processos de leitura (PROLEC), Provas de Aritmética Montiel & Capovilla, Atividades do paradigma GO-NO-GO, Teste de Fluência Verbal Semântica e Trilhas Coloridas.  Para contribuir com a caracterização dos aspectos comportamentais do fenótipo será utilizada a escala Child Behavior Checklist (CBCL), que será respondida pelos pais das crianças e adolescentes com SD, e, por fim, o teste Desenho História com Tema, para avaliar os aspectos socioafetivos do fenótipo. Os dados oriundos desta investigação serão submetidos à análise estatística descritiva e inferencial, possibilitando a comparação dos resultados dos dois grupos de participantes.  Através da análise descritiva obteremos as médias, desvios-padrão, valores mínimos e máximos de desempenho dos dois grupos nos testes que compõem a bateria neuropsicológica, bem como o padrão de normalidade da curva de distribuição de frequência dos escores mensurados para a amostra como um todo e para cada um dos dois subgrupos principais. Caso os dados se distribuam ao longo de uma curva normal, utilizaremos uma Anova, tendo como variável dependente (VD) o desempenho nos testes que compõem a bateria neuropsicológica e como variáveis independentes (isoladas e em interação) o diagnóstico de SD e o sexo dos participantes. Pretendemos ainda realizar uma análise clínica de casos isolados, selecionados a partir do desempenho na bateria neuropsicológica, utilizando a perspectiva idiográfica de avaliação neuropsicológica. Espera-se, a partir dos resultados, obter-se um melhor entendimento acerca do fenótipo neuropsicológico de crianças e adolescentes com SD, o que poderá contribuir para o planejamento de estratégias de intervenção, neuropsicológica e educacional, cada vez mais eficazes a serem adotadas pelos diversos profissionais que atuam diretamente com esta síndrome. Como ressalta Fidler (2005), a associação feita entre as síndromes genéticas e o fenótipo neuropsicológico e comportamental apresenta ainda grande potencial e pode até revolucionar o trabalho realizado com crianças e adolescentes com deficiências, na medida em que estabelecem intervenções que focalizem as áreas de potencial e minimizem as áreas em defasagem.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - MARIO SERGIO VASCONCELOS - UNESP
Externo à Instituição - NADIA MARIA RIBEIRO SALOMÃO - UFPB
Notícia cadastrada em: 02/08/2012 18:12
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