Pesca artesanal de lagosta a partir da comunidade de Cajueiro-Touros/RN: impactos econômicos e socioambientais
Pesca Artesanal de Lagosta. Vulnerabilidade Social. Impactos socioambientais. Exportação de Lagostas.
Neste ano em que a organização das nações unidas tem declarado como o Ano Internacional da Pesca e da Aquicultura Artesanais, a pesca de lagosta no Brasil traz os reflexos dos impactos negativos que a Pandemia da Covid 19 está deixando em todo o mundo. No caso do Brasil, em 2019, período pré-pandêmico, a produção de lagosta foi de 3.026.463 kg, já em 2020, durante a pandemia, apresentou uma variação negativa de 11,4 %, produzindo 2.680.798 kg. Contudo como consequência desses avanços alguns problemas têm sido constatados tais como redução de 80% dos estoques pesqueiros ao longo dos últimos anos, e aumento frota de embarcações envolvidas, somando 2.900 embarcações e aumento da população de pescadores envolvidos diretamente na cadeia produtiva da lagosta, número de 15.000 pescadores. Logo o esforço de captura tende a aumentar, e junto a esses esforços, os apetrechos de pesca tem sido um dos principais investimentos materiais para garantir a captura da lagosta, desencadeando impactos socioambientais sem precedentes, somados ainda a novos agravantes, tais como o Derramamento do òleo em 2019 e a Pandemia do Covid 19, desde março de 2020, têm contribuído para o aumento da vulnerabilidade social dos pescadores artesanais de lagosta. Diante desse cenário, através de revisões bibliográficas de narrativas, pesquisa snowball, questionários semi estruturados, entrevistas e observação participante, este trabalho busca analisar os impactos econômicos e socioambientais da pesca da lagosta a partir da comunidade Cajueiro-Touros/RN e os reflexos da covid-19 nessa atividade, demandando uma caracterização da pesca da lagosta e do perfil social e econômico dos pescadores de lagosta na comunidade do Cajueiro em Touros/RN; descrever a contribuição do nordeste brasileiro na exportação de lagosta tendo a comunidade de Cajueiro, Touros, RN, como parte dessa cadeia produtiva da pesca artesanal de lagosta; identificar os novos agravantes à vulnerabilidade social dos pescadores de lagosta frente ao período de defeso (anual), derramamento do óleo e a pandemia da COVID-19. Concluímos que o nordeste brasileiro desempenha um relevante papel no processo de captura e exportação de lagostas. E que a pesca artesanal de lagosta vem convivendo com transformações estruturais de sua cadeia, somados a novos agravantes resultantes de desastres antrópicos, desencadeando um aumento na vulnerabilidade social desses pescadores, principalmente em tempos de Pandemia do Covid 19.