Validade Analítica, Confiabilidade e Usabilidade de Dispositivo Portátil para
Análise Cinemática da Marcha de Indivíduos Pós Acidente Vascular Cerebral
Acidente Vascular Cerebral; Análise de Marcha; Tecnologia Assistiva; Dispositivos
Vestíveis.
RESUMO: Introdução: Os déficits de marcha e de equilíbrio postural afetam entre
50–80% de todos os sobreviventes de Acidente Vascular Cerebral (AVC), estando
relacionados à hemiparesia e à função sensorial alterada, à redução do comprimento
do passo, ao suporte mais prolongado no membro inferior menos afetado, e à fase de
balanço prolongada, por conta da diminuição da amplitude de movimento do
tornozelo, joelho e quadril no membro inferior mais afetado. Uma alternativa para
analisar os parâmetros cinemáticos da marcha são os sistemas com unidades de
medição inercial (IMUs), que podem ser vestíveis e anexados em diferentes
segmentos corporais. Objetivo: Este estudo propõe verificar a validade, confiabilidade
e a usabilidade de um dispositivo portátil para avaliação cinemática da marcha de
indivíduos pós AVC (DAMA). Métodos: Trata-se de um estudo de propriedades de
medida de um dispositivo com 2 sensores inerciais para medir o deslocamento
angular (em graus) do tornozelo durante a marcha, desenvolvido no Laboratório de
Tecnologia do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), e será testado quanto
às propriedades psicométricas no Laboratório de Intervenção e Análise da Marcha
(LIAM) no Departamento de Fisioterapia UFRN. As coletas terão como medida de
referência o sistema Qualisys Motion Capture System®, e a amostra será composta
por 10 pacientes. A coleta de dados dos dois sistemas será feita simultaneamente,
garantindo que durante o Teste de Caminhada de 10 metros, os tempos sejam
idênticos. Analisaremos estatisticamente o teste (primeira medição) e o reteste
(repetição das medições, após um intervalo de 07 dias) para confiabilidade. A
confiabilidade intra-examinador, serão verificados os coeficientes de correlação intra-
classe (ICC) considerando o modelo two-way mixed e concordância absoluta (ICC
(3,1)) para todos os desfechos cinemáticos obtidos, a um intervalo de confiança de
95%. Para análise da validade será utilizado o teste Tau de Kendall, que permitirá
verificar a correlação entre os desfechos cinemáticos obtidos pelo dispositivo e pelo
Qualisys. Para os desfechos relacionados à usabilidade, serão utilizados um
formulário autoral sobre a operacionalidade do dispositivo e quanto a satisfação dos
usuários o B- QUEST 2.0. Resultados: Espera-se fornecer um dispositivo com
medidas satisfatórias de confiabilidade e validade, que atinjam as expectativas dos
usuários e tenham usabilidade acessível. Assim, as avaliações de marcha em tempo
real podem ser mais exploradas para monitorar os parâmetros da marcha, bem como
para fornecer biofeedback em tempo real durante o treinamento da marcha dos
indivíduos após AVC.