Telerreabilitação como ferramenta para Avaliação e Tratamento de indivíduos com Doença de Parkinson
Doença de Parkinson; Telemedicina; Reabilitação
Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é uma das patologias neurodegenerativas progressivas mais prevalentes em idosos, afetando a mobilidade, interação social e saúde mental. Devido às repercussões que afetam diretamente as funções motoras do indivíduo, exige maior supervisão e disponibilidade de familiares e/ou cuidadores em consultas e terapias presenciais. Sendo assim, a Telerreabilitação (TR) pode apresentar-se como uma alternativa viável na assistência à pessoa com DP. Objetivos: 1) Avaliar os efeitos de intervenções fisioterapêuticas administradas de forma remota (TR) em indivíduos com DP; 2) Verificar o padrão da evolução motora de indivíduos com DP submetidos à Fisioterapia em grupo, cujos atendimentos ocorreram de forma remota. Métodos: O estudo foi desenvolvido em duas etapas, contemplando os objetivos propostos. Etapa 1) Trata-se de revisão sistemática, em que foram incluídos ensaios clínicos randomizados e quase-randomizados de estudos envolvendo adultos (> 18 anos) com diagnóstico de DP submetidos à TR. Etapa 2) Trata-se de um estudo longitudinal, prospectivo, do tipo coorte. As coletas foram realizadas de forma remota, via videoconferência (Google Meet®) em decorrência da pandemia da Coronavirus Disease (COVID-19), com indivíduos com DP participantes do grupo terapêutico AGruPar - Assistência fisioterapêutica em Grupo para indivíduos com Doença de Parkinson, avaliando aspectos motores e não-motores da doença. Resultados e conclusões: No estudo 1, foi observado que a TR ofereceu resultados semelhantes e não foi superior às intervenções de controle na melhoria da função motora, velocidade e estabilidade da marcha, congelamento da marcha, risco de queda e qualidade de vida de indivíduos com DP. A TR demonstrou benefícios na melhoria do equilíbrio postural de indivíduos < 70 anos de idade, a adesão à TR foi semelhante às intervenções de controle e os eventos adversos foram mínimos e não graves nos estudos primários. Portanto, a TR continua sendo uma alternativa viável e promissora devido ao seu potencial de engajamento e tratamento personalizado, especialmente para indivíduos com acesso limitado a centros de reabilitação. Pesquisas contínuas padronizadas e de longo prazo são recomendadas para demonstrar os benefícios adicionais da TR no gerenciamento da DP. No estudo 2, os resultados da TR mostraram estabilidade na marcha, bradicinesia, mobilidade e qualidade de vida ao longo do acompanhamento. O estudo também identificou barreiras e facilitadores relacionados à TR. Desafios como alfabetização em saúde digital e acesso à tecnologia persistem, pois os cuidadores geralmente controlam os dispositivos usados, reforçando a dependência do paciente