“PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS A SINTOMAS CRANIOCERVICAIS E OROFACIAIS ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANÁLISE”
Cefaleia, Cervicalgia, Pessoal de Saúde, Disfunção Temporomandibular,
Fatores de risco.
Introdução: O uso prolongado de Equipamentos de Proteção Individual e a
elevada carga de trabalho durante a pandemia da COVID-19 resultaram no
aumento de relatos de sintomas craniocervicais entre profissionais de saúde.
Fatores físicos e psicológicos desempenham um papel relevante na alta
prevalência desses sintomas. Embora a associação entre dor de cabeça e
esses fatores já esteja bem estabelecida, outros sintomas craniocervicais,
como cervicalgia, dor orofacial e disfunção temporomandibular, demandam
investigação mais aprofundada. Objetivo: investigar a prevalência de
sintomas craniocervicais e orofaciais entre profissionais de saúde durante a
pandemia da COVID-19 e identificar possíveis fatores associados. Métodos:
uma revisão sistemática com meta-análise, foi conduzida conforme as
diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-
Analyses (PRISMA), com protocolo previamente registrado no International
Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO). Foram incluídos
estudos observacionais publicados a partir de 2020 que relataram a
prevalência ou incidência de sintomas craniocervicais, como dor de cabeça,
cervicalgia e dor orofacial, em profissionais de saúde durante a pandemia. As
buscas foram realizadas nas bases de dados PUBMED, MEDLINE,
EMBASE, CINAHL Plus, Web of Science e SCOPUS. O risco de viés dos
estudos incluídos foi avaliado por meio da ferramenta Quality in Prognosis
Studies (QUIPS). Resultados: Foram analisados 57 estudos com 24.605
profissionais de saúde. A prevalência de dor de cabeça durante a pandemia
foi de 53% (IC 95%: 43-61; p < 0,001), enquanto a dor de cabeça relacionada
ao uso de EPI atingiu 55% (IC 95%: 47-64%; p < 0,001). O risco de dor de
cabeça foi 2,76 vezes maior na pandemia (OR: 2,76; IC 95%: 2,26-3,36; p <
0,004). O sintoma esteve associado a fatores individuais, médicos e
ambientais. A dor cervical foi o segundo sintoma craniocervical mais comum
(38%, IC 95%: 27-50%; p < 0,001), seguida pela dor orofacial (30%, IC 95%:
09-50%; p < 0,001). Conclusão: a presente revisão identificou uma alta
prevalência de dor de cabeça em profissionais de saúde durante a pandemia,
significativamente superior ao período pré-pandêmico, além da presença
frequente de sintomas craniocervicais e fatores psicossomáticos. A etiologia
multifatorial do sintoma reforça a necessidade de estratégias
multidisciplinares para seu manejo, considerando aspectos físicos e
psicossociais. A identificação precoce desses sintomas é essencial