A ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA NÃO
É SUPERIOR AO SHAM NO TRATAMENTO DE INDIVÍDUOS COM DOR
SUBACROMIAL: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
Estimulação transcraniana por corrente contínua; Neuromodulação; Dor no
ombro; Dor crônica.
Introdução: A dor subacromial (DSA) é um dos diagnósticos mais comuns
relacionados ao ombro, com sintomas persistentes, que reduz a
funcionalidade e a qualidade de vida dos indivíduos acometidos. A
estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) tem sido bastante
estudada e apresentada como recurso promissor na prática clínica para a
modulação da percepção dolorosa. Objetivo: Analisar os efeitos da ETCC
sobre a intensidade da dor, função dos membros superiores, qualidade de
vida, força muscular e amplitude de movimento do ombro em indivíduos com
dor subacromial. Metodologia: Ensaio clínico controlado, randomizado,
duplo cego. Trinta e três indivíduos de idade entre 20 e 69 anos, de ambos
os sexos, com diagnóstico médico de dor subacromial foram aleatoriamente
distribuídos em dois grupos distintos: ETCC ativa (n=17) e ETCC sham
(n=16). Ambos os grupos foram submetidos a 20 minutos de estimulação,
durante 5 dias consecutivos. Os mesmos procedimentos foram realizados
para o grupo sham, porém a corrente foi interrompida após 30 segundos. O
desfecho primário foi a intensidade da dor, avaliada por meio da escala
numérica da dor e os desfechos secundários foram amplitude de movimento
(ADM), força muscular, função do membro superior (DASH) e qualidade de
vida (SF-36). As avaliações foram repetidas ao final da intervenção e num
follow-up de 1 semana, no qual os participantes receberam um guia para
controle da dor no ombro. Resultados: Ambos os grupos apresentaram
melhorias semelhantes na intensidade da dor, DASH e ADM em relação à
linha de base (p<0,05). A força muscular aumentou significativamente ao
longo tempo (p<0.05), apenas nos movimentos de flexão (ETCCA) e rotação
medial (ETCCS). Nos domínios do SF-36, foram observadas melhorias
significativas (p<0.05), na capacidade funcional, dor, vitalidade, limitações
(ETCCS), e aspectos físicos (ETCCA). Não foram observadas diferenças
significativas entre os grupos em nenhuma das variáveis analisadas (p>0.05).
Conclusão: Os efeitos observados pela ETCC não se mostraram superiores
aos do grupo sham em nenhuma das variáveis analisadas, em indivíduos
com DSA. Desta forma, as melhorias observadas podem ser atribuídas ao
efeito placebo.