Imaginário da morte: leituras poéticas de epitáfios e retratos fúnebres no Seridó - RN
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retratos fúnebres
cemitérios
imaginação criadora
A proposta que será desenvolvida ao longo desse trabalho se ocupará em responder como as inscrições funerárias (epitáfios e retratos fúnebres), presentes nos túmulos dos cemitérios seridoenses), mobilizam o imaginário da morte. Essa questão deságua num problema maior, o problema do enfrentamento da morte poe essa sociedade como uma questão antropológica fundamental, como nos lembra Edgar MOrin no livro "O homem e a morte" (MORIN, 1970). Para isso, entende-se que essas inscrições são imagens primeiras que suscitam sentidos acerca da forma como os indivíduos e a sociedade tem enfrentado a morte, mobilizando uma "imaginação criadora" prenhe de possibilidades de criação/significação de novas imagens. Dessa maneira, assume-se que, para além da representação, essas imagens criam surrealidades imaginárias que alimentam a "condição humana" e a "consciência humana da morte", sendo uma das formas que a sociedade encontrou para "suportar a insuprtável realidade". Assim, realizaremos nossa leitura a partir da filosofia poética da imaginação de Gaston Bachelard, buscando a partir da imaginação dos elementos (fogo, água imaginação desenvolvidas por este autor, as ferramentas necessárias para a realização da leitura proposta. As imagens da morte construídas a partir dessas inscrições revelam, portanto, o confronto do homem com esse fato, na medida em que possibilitam a criação de imagens pertencentes à realidade terrana, como também, imagens dos seres e coisas do mundo transcendente, do além. Nessa perspectiva, as inscrições pressupõem a possibilidade de entender como a sociedade vive e pensa a morte numa dimensão mais complexa, pois elaboram um imaginário da morte que se origina nos mitos e crenças pertencentes à cultura ocidental de que tmeos tratado.