HABITUS E TERRITORIALIDADE NA COMPOSIÇÃO DA DINÂMICA IMOBILIÁRIA EM NATAL/RN
Produção do espaço, habitus, territorialidade.
A busca pela compreensão dos processos espaciais, originados a partir da dinâmica imobiliária, tem levado pesquisadores a buscar novas categorias de análise, que possam dar conta de esclarecer os aspectos menos evidentes destes processos. A discussão da produção do espaço tem sido o caminho mais perseguido nessa investigação. Por considerar que somente esse viés não dá conta de explicar a complexa realidade imobiliária urbana, buscou-se analisar, nesse trabalho, como o mercado imobiliário engendra, em Natal/RN, os meios materiais para a sua acumulação. A pesquisa teve por base metodológica a análise do discurso, visando compreender, a partir das posturas dos agentes institucionais entrevistados, as materialidades complexas configuradas no espaço urbano da cidade. Essa análise tem por base a busca por investigar a teoria da prática dos agentes envolvidos no processo, a partir de categorias como produção do espaço (Lefèbvre e Harvey); habitus (Bourdieu); ajuste espacial (Harvey); e territorialidade (Haesbaert). As apreciações iniciais indicam que os processos de “naturalização” das práticas têm implicado na produção de um espaço segregado, marcado por complexas materialidades, que podem ser pensadas a partir da ideia de heterotopias (Foucault). Esses espaços são resultados da própria dinâmica inventiva do capital e da necessidade de realização social das populações de diferentes classes de renda na cidade.