Banca de QUALIFICAÇÃO: GILBERTO DA SILVA LEITE NETO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GILBERTO DA SILVA LEITE NETO
DATA : 30/06/2022
HORA: 15:00
LOCAL: videoconferência https://www.youtube.com/channel/UCCBwJxTIfyeGmQSqDLK6duw
TÍTULO:

Determinação de mecanismos focais de terremotos profundos na região amazônica do Acre


PALAVRAS-CHAVES:

Terremotos de fonte profunda; Rede Sismográfica Brasileira; Tensor momento sísmico; Cut & Paste.


PÁGINAS: 20
RESUMO:

Terremotos profundos são definidos como terremotos que ocorrem em profundidades maiores que 70 km. Tais terremotos podem ser ainda divididos em eventos de foco intermediário (70 <d < 300 km) e de foco profundo (d >300 km). A sismicidade profunda está geralmente associada a zonas de subducção, onde os terremotos acontecem dentro da litosfera oceânica fria em subducção. Apesar de que tanto eventos profundos quanto rasos podem ser descritos como ruptura de cisalhamento em superfícies planas, ou seja, por um duplo-binário, o falhamento rúptil responsável por rupturas rasas deveria ser impossível nas condições de pressão e temperatura onde terremotos profundos acontecem. Dessa forma, o mecanismo responsável por eventos profundos permanece enigmático. Particularmente, a ocorrência de eventos de foco profundo (d > 500 km) está restrita a apenas algumas regiões no planeta. Na América do Sul, a sismicidade de foco profundo ocorre em quatro regiões distintas e, em duas delas, exibe uma atividade regular com distribuição dos terremotos paralela à trincheira. Um desses segmentos principais está localizado na fronteira entre o Peru e o Brasil, compreendido principalmente pelo estado brasileiro do Acre, na região amazônica. Desde 2014 várias estações de banda-larga da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) foram instaladas na região amazônica, o que melhorou consideravelmente a cobertura azimutal desses eventos de foco profundo. No período de 2014 a 2022, o catálogo da USGS listou um total de 40 eventos no segmento Peru-Brasil, dos quais 25 ocorreram apenas em 2015, com magnitudes e profundidades variando de 4.0 até 7.6 Mw e 515 a 655 km, respectivamente. Objetivando investigar o mecanismo físico responsável por esses eventos, estamos usando uma combinação de registros regionais e telessísmicos da RSBR e outras redes no continente para determinar os mecanismos focais dos eventos (M > 4) ocorridos entre 2014 e 2022 no segmento Peru-Brasil. Os mecanismos estão sendo determinados pelo método Cut and Paste (CAP), o qual resolve as imprecisões no modelo de velocidade através de deslocamentos temporais relativos independentes entre observações e previsões para as formas de onda P, SV e SH, amostrando ambos os hemisférios, superior e inferior, da esfera focal. Antes dessa investigação, nós implementamos e testamos o método CAP usando dados da RSBR. Inicialmente, nós testamos sua aplicabilidade para eventos rasos intraplaca ao realizar a inversão para o terremoto do Maranhão (Mw 4.4), de 2017, e também de um evento inédito de Amargosa (Mw 4.1), de 2020. Finalmente, nós testamos sua aplicabilidade para eventos profundos na fronteira Peru-Brasil usando o primeiro evento da dupla de 2015 (Mw 7.5), a qual também foi anteriormente estudada por outros autores. Nossos resultados se mostraram completamente compatíveis com aqueles obtidos previamente por outras metodologias, e assim, mostraram que o CAP pode ser aplicado com sucesso para determinar rotineiramente mecanismos focais de terremotos rasos e profundos no Brasil registrados pela RSBR, mesmo com o uso de modelos de velocidade imprecisos. Após isso, aplicamos o CAP para a sequência profunda de 2014-2022. Inversões preliminares usando apenas a RSBR foram realizadas para a dupla de 2015 (Mw 7.5), bem como para outros 15 eventos menores (4.3 < M < 7.1). Todas essas inversões resultaram em mecanismos normais com eixos T orientados aproximadamente E-W. Essa uniformidade aparente observada nos mecanismos focais para os eventos de foco-profundo na América do Sul, com eixos P quase verticais e eixos T quase horizontais e orientados E-W, sugerem fortemente que compressão vertical ao longo da placa subduzida é a principal fonte de esforço responsável pela sismicidade profunda. Compressão ao longo do mergulho da placa é esperada tanto por forças gravitacionais, por transformações de fase em equilíbrio ou por uma cunha de olivina metaestável. Os próximos passos dessa investigação são incluir dados de outras redes nas inversões e determinar outros parâmetros de fonte (queda de esforços, energia sísmica irradiada, eficiência de radiação) para investigar o mecanismo por trás de terremotos de foco profundo.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - GERMAN ANDRES PRIETO GOMEZ
Interno - 1451214 - ADERSON FARIAS DO NASCIMENTO
Interno - 350640 - FRANCISCO HILARIO REGO BEZERRA
Presidente - 1863578 - JORDI JULIA CASAS
Notícia cadastrada em: 20/06/2022 13:47
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