Geometria. Ensino e Aprendizagem. Teoria da Objetivação. Compasso nas aulas de Geometria
Esta pesquisa é predominantemente qualitativa, caracterizada por uma abordagem exploratória, e se concentra no ensino de um tópico de geometria. Os participantes são alunos regulamente matriculados no 7º ano do Ensino Fundamental em uma escola da rede estadual do Rio Grande do Norte, localizada na zona norte de Natal. O arcabouço teórico que fundamenta o estudo é a Teoria da Objetivação (TO), uma teoria educativa sociocultural de aprendizagem. O objetivo é conduzir uma investigação sobre os modos e os caminhos pelos quais a TO pode subsidiar o ensino e aprendizagem de geometria calcado no uso de instrumentos de desenho geométrico, compreendidos como artefatos culturais. Para alcançar esse propósito, inicialmente, uma atividade piloto foi aplicada para validar as condições necessárias para o prosseguimento da pesquisa. Posteriormente, foram planejadas e elaboradas tarefas de construções geométricas usando o compasso para compor a atividade, as quais foram realizadas por pequenos grupos de alunos e professora mediante a colaboração, discussões e reflexões, considerando que, na TO, a aprendizagem é concebida como um processo coletivo. A coleta de dados foi realizada por meio da gravação de vídeos e áudios durante a execução das tarefas, sendo a análise baseada na abordagem semiótica e multimodalidade. A cartilha é um produto educacional que oferece orientações e sugestões para o desenvolvimento de uma Atividade de Ensino e Aprendizagem (AEA) sobre o uso do compasso em aulas de geometria, sob a perspectiva da Teoria da Objetivação. A presente investigação nos permitiu compreender como a Teoria da Objetivação pode subsidiar o ensino e a aprendizagem de geometria por meio da realização de uma atividade com o uso de um artefato, entendendo-o como parte integrante desta. O papel do artefato, quando manipulado ao longo de uma atividade em sala de aula, é possibilitar reflexões sobre o saber geométrico que se encontra no artefato em sua forma potencial. Durante a realização da atividade notamos intenso uso dos meios semióticos pelos alunos, principalmente falas acompanhadas de gestos para se fazer entender. As reflexões sobre os saberes historicamente e culturalmente constituídos são fundamentais para o processo de transformação e formação dos alunos como seres éticos, críticos e reflexivos.