A POÉTICA DA ECONOMIA NA ARQUITETURA: De um relato histórico da modernidade brasileira às perspectivas para a contemporaneidade.
Arquitetura Nova; fatores de economia; modernidade brasileira; arquitetura contemporânea.
A experiência construtiva em Sérgio Ferro, Rodrigo Lefèvre e Flávio Império, do Grupo Arquitetura Nova (GAN), fortemente ligada ao cenário político, cultural e artístico brasileiro dos anos 1960-1970, contribuiu para renovação da arquitetura moderna brasileira com uma proposta chamada de “poética da economia”. A proposta do GAN, se embasou no conhecimento técnico-construtivo trazidos de sua formação profissional – a influência do pensamento “Artigano”, herdando particularmente sua abordagem construtiva e o forte vínculo que ele estabelecia entre atuação política e prática profissional – e da experiência do operário, o trabalho executado no canteiro de obras, no qual o “esforço coletivo” apontava soluções econômicas, de baixo custo, o uso de tecnologias construtivas alternativas, não convencionais, livres de elementos supérfluos. A qualidade arquitetônica era resultado da aplicação sistemática de decisões pautadas na economia de meios. As experimentações baseavam-se na pré-moldagem de elementos construtivos que foram inicialmente empregados em projetos de residências destinadas à burguesia, mas que revelavam uma proposição inovadora à ser direcionada à habitação popular. A poética da economia no GAN levou alguns anos e somente encontramos o seu sentido, os fundamentos que a determina, quando observadas os escritos e reflexões do grupo em sua atuação profissional, a crítica ao canteiro de obras e as estratégias de ação para uma abordagem construtiva baseada nos fatores de economia: mínimo útil, mínimo construtivo e mínimo didático. O objetivo deste trabalho é investigar a origem destes três fatores econômicos no GAN, conceituá-los; mostrar que a poética da economia, uma expressão arquitetônica ligada à modernidade brasileira também pode ser identificada em arquitetos contemporâneos ao grupo; e apresentar quais são as perspectivas para uma poética da economia na produção arquitetônica contemporânea.