Banca de QUALIFICAÇÃO: GABRIELA DE ANDRADE LIRA MOTA ASSUNCAO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GABRIELA DE ANDRADE LIRA MOTA ASSUNCAO
DATA : 06/03/2017
HORA: 14:00
LOCAL: Miniauditório do PPGAU/UFRN
TÍTULO:

O MARTELO DO PROGRESSO x A TRADIÇÃO: Representações e sensibilidades sobre a arquitetura tradicional a partir de casos de demolições em Salvador e Recife de 1900 a 1930.


PALAVRAS-CHAVES:

modernização urbana, demolições, representações, arquitetura tradicional. 


PÁGINAS: 62
RESUMO:

De meados do século XIX a início do XX, os primeiros planos urbanísticos de modernização são implantados, modificando padrões sanitários, viários e estéticos das cidades. As demolições de casarões, taperas, quarteirões inteiros, marcos urbanos e símbolos antigos tinham intenções de promover a percepção de que se construía uma nova cidade. Durante essas transformações de grande porte, emergem vozes em defesa das referências antigas apagadas do cotidiano (ou sob o risco de apagamento). Como são verbalizadas essas falas? Em que meios circulam? Quais suas repercussões? A partir de um diálogo com um contexto internacional de modernização e interpretação do passado, a tese centra-se na implantação de projetos urbanos em cidades brasileiras durante a Primeira República. Com o objetivo principal de investigar as representações sobre a arquitetura do passado a partir de casos de demolições, no período de 1900 a 1930, contribuindo para iluminar a construção da noção de tradição, como portadora de valor, que, portanto, foi essencial para modificar sensibilidades em prol da salvaguarda de determinados exemplares urbanos. A pesquisa reúne documentos em fontes diversas, até então dispersos e pouco explorados, para contar a história cultural de algumas das ações demolidoras, utilizando-as como estratégia metodológica para evidenciar suas forças. Entre posicionamentos, sensações, ideias, embates e ações que resultaram dos casos estudados. Assim, o objeto empírico das reformas urbanas se relaciona com os debates suscitados no meio técnico, intelectual e entre periódicos da época. No início do século XX, uma multiplicidade de leituras foi apresentada em torno de definições sobre a arquitetura nacional, a tradição e a expressão da época. Esses registros entrecruzam-se com as discussões locais em Salvador e Recife, que constituem o recorte espacial da tese. Por serem cidades com expressivo legado do período colonial, após significativas perdas para a implantação de projetos de melhoramentos, apresentam em fins da década de 1920 primeiras tentativas estaduais de reconhecimento e preservação de exemplares do passado. Documentos oficiais do governo (entre relatórios, contratos e projetos) e a grande massa de notícia da imprensa ajudam a identificar agentes envolvidos nos processos, as disputas, bem como os acordos realizados e os procedimentos adotados nas ações demolidoras. Também se observam como algumas das perdas passam a ser utilizadas em denúncias de intelectuais sobre o desprezo e destruição de objetos e imóveis que deveriam ser reconhecidos como relíquias da Nação. O tema passou a ser objeto de debates no cenário estadual, como demonstram fontes da imprensa, entidades culturais (museus e Inspetorias de Monumentos, da Bahia e de Pernambuco), instituições religiosas e comunicações de intelectuais e políticos. A tese em desenvolvimento contribui, assim, para a compreensão do processo histórico de reconhecimento de valor de exemplares coloniais como representativos de parte da identidade nacional, evidenciando o olhar local que serviu de referência à construção da política federal patrimônio, fundada no Brasil em 1937.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - FRANCISCO SALES TRAJANO FILHO - USP
Presidente - 1720813 - GEORGE ALEXANDRE FERREIRA DANTAS
Interno - 1345114 - JOSE CLEWTON DO NASCIMENTO
Externo à Instituição - JULIANA CARDOSO NERY - UFBA

Notícia cadastrada em: 27/01/2017 16:56
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