MELHORIA DA QUALIDADE E DA SEGURANÇA CIRÚRGICA NA LINHA DE CUIDADO DO PACIENTE COM FRATURA DE FÊMUR
Palavras-chaves: Gestão da qualidade em saúde; Serviços de saúde; Procedimentos ortopédicos; Fraturas do quadril; Cirurgia.
Introdução: Em 2007-2008, a Organização Mundial de Saúde estabeleceu o desafio global intitulado de “Cirurgias Seguras Salvam Vidas'' e, em 2018, o Ministério da Saúde aprovou as Diretrizes Brasileiras para o Tratamento de Fratura do Colo do Fêmur em Idosos. O investimento em treinamento e capacitação dos profissionais é capaz de melhorar os indicadores de segurança e ampliar a segurança dos procedimentos. Objetivos: O presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de conformidade ao protocolo de cirurgia segura nos pacientes com fratura de fêmur, em um hospital de referência, antes e após um ciclo de melhoria. Métodos: O estudo foi realizado no Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim-CE. Trata-se de um estudo de intervenção para avaliar a conformidade ao protocolo de cirurgia segura nos pacientes com fratura de fêmur, antes e após um ciclo de melhoria, identificando as falhas processuais e os efeitos da intervenção. Durante 18 meses, os pacientes admitidos para realização de procedimento cirúrgico na linha do cuidado do fêmur foram avaliados quanto à conformidade aos protocolos. Foram excluídas as reoperações e aqueles procedimentos sem incisão cirúrgica. Os dados foram coletados através de consulta às planilhas de gerenciamento de segurança, à lista de verificação de segurança cirúrgica (“checklist”) e ao prontuário. Além da conformidade ao protocolo de cirurgia segura, foram avaliados: infecção de sítio cirúrgico; readmissão hospitalar, reoperação e mortalidade nos primeiros 90 dias após internação; permanência hospitalar; desfecho cirúrgico; tempo de permanência hospitalar; intervalo entre a fratura e admissão hospitalar; intervalo entre a admissão e a cirurgia. Resultados: Foi observado que a maioria dos pacientes foi do sexo feminino (65,2%), com média de idade igual a 73,2±17,9 anos. Foi observado que, após o ciclo de melhoria, houve discreta diminuição no número de ocorrência de infecção do sítio cirúrgico, readmissão hospitalar, reoperação e óbito pós-operatório, porém sem significância estatística entre os grupos. A principal falha processual identificada foi referente à profilaxia antibiótica, com representação em torno de 80%, na análise de Pareto. O ciclo de melhoria implementado foi responsável por ajustes nos processos, gerando crescimento na conformidade ao protocolo de cirurgia segura de 60,1% para 92,9% e 90,6% nas amostras após o ciclo de melhoria, sendo esta diferença estatisticamente significativa.