PRESSÃO ARTERIAL AMBULATORIAL EM MULHERES COM SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS: COMPARAÇÃO COM MULHERES OVULATÓRIAS E CORRELATOS ANTROPOMÉTRICOS, HORMONAIS E INFLAMATÓRIOS
síndrome dos ovários policísticos, pressão arterial, doença cardiovascular, risco cardiometabólico, índice de massa corporal.
O objetivo desta tese foi comparar a pressão arterial ambulatorial de 24 horas (PAA-24h) entre mulheres com síndrome do ovário policístico (SOP) e mulheres controles ovulatórias, e explorar correlatos antropométricos, hormonais, metabólicos e inflamatórios da PAA em mulheres com SOP. Neste estudo transversal, 50 mulheres com SOP (diagnosticadas pelos critérios de Rotterdam) e 50 controles ovulatórias foram submetidas ao monitoramento PAA de 24 horas e pressão arterial de consultório. Foram avaliados parâmetros clínicos, antropométricos, hormonais, metabólicos e inflamatórios. As comparações entre os grupos foram ajustadas para o índice de massa corporal (IMC). A regressão LASSO foi utilizada para identificar as variáveis independentemente associadas à PAA no grupo com SOP. As mulheres com SOP apresentaram pressão arterial média de 24 horas e diurna significativamente maiores em comparação com as mulheres ovulatórias controles, mesmo após ajuste para o IMC (p<0,05). Nenhuma diferença foi observada na PAA ou na pressão arterial noturna medida nem na PA de consultório (p>0,05). As participantes com SOP exibiram um perfil cardiometabólico mais adverso, incluindo IMC, circunferência da cintura, insulina, HbA1c, triglicerídeos, creatinina e TNF-alfa mais elevados, juntamente com níveis mais baixos de estradiol e progesterona. Nos modelos LASSO, o IMC emergiu como o único preditor independente da PAA de 24 horas em todos os períodos analisados. Preditores adicionais, como HbA1c (pressão arterial média noturna), creatinina (pressão arterial diastólica diurna) e circunferência da cintura (pressão arterial sistólica diurna), foram mantidos em modelos específicos, enquanto a maioria dos marcadores hormonais, metabólicos e inflamatórios não foram associados à PAA no grupo com SOP. Em resumo, mulheres com SOP apresentam PAA de 24 horas e diurna mais elevada em comparação com mulheres ovulatórias, independentemente do IMC. A adiposidade, avaliada pelo IMC, parece ser um fator-chave associado à PAA em mulheres com SOP. Os achados desta tesse destacam a importância do monitoramento da PAA de 24 horas e do IMC na avaliação de risco cardiovascular e no cuidado de mulheres com SOP.