Tratamento da disfunção sexual induzida por antidepressivos em mulheres: uma revisão sistemática de ensaios clínicos
Mulheres; Disfunção sexual; Terapêutica; Agentes antidepressivos.
Objetivo: A disfunção sexual induzida por antidepressivos é uma preocupação de saúde pública prevalente que pode levar à diminuição da adesão ao tratamento e ao agravamento da saúde mental. Intervenções farmacológicas podem oferecer soluções viáveis para gerenciar esse efeito colateral. Este estudo tem como objetivo avaliar a eficácia dos tratamentos farmacológicos no tratamento da disfunção sexual induzida por antidepressivos em mulheres.
Métodos: Foi realizada uma busca abrangente nas bases de dados PubMed, Cochrane, Scopus, Web of Science, Embase, PsycINFO e ClinicalTrials.gov até 3 de julho de 2024. Incluímos ensaios clínicos randomizados que compararam tratamentos farmacológicos com placebo. O risco de viés foi avaliado utilizando a ferramenta Cochrane Risk of Bias (RoB 2.0). A síntese dos dados foi realizada usando o RevMan 5.4, e a força da evidência foi avaliada utilizando a abordagem Grading of Recommendations Assessment, Development, and Evaluation (GRADE).
Resultados: Treze estudos, envolvendo um total de 1.064 mulheres com disfunção sexual induzida por antidepressivos, atenderam aos critérios de inclusão para a revisão sistemática. A idade média das participantes variou de 28 a 48 anos. As intervenções estudadas incluíram amantadina, Aphrodite, bupropiona SR, buspirona, efedrina, raiz de maca, mirtazapina, olanzapina, Rosa damascena, açafrão, sildenafil, testosterona, o composto VML-670 e ioimbina. Dois estudos foram avaliados como de baixo risco de viés, oito estudos apresentaram alguma preocupação, e três foram considerados de alto risco. A classificação GRADE indicou um nível moderado de certeza na evidência para melhora da função sexual.
Conclusão: Uma variedade de tratamentos farmacológicos e fitoterápicos está disponível para o manejo da disfunção sexual induzida por antidepressivos em mulheres. Entre eles, a bupropiona parece ser a opção mais eficaz. No entanto, a qualidade da evidência ainda é moderada. Para fortalecer esses achados, são necessários mais ensaios clínicos que enfoquem exclusivamente mulheres e utilizem metodologias rigorosas