Banca de DEFESA: MARIO EMILIO TEIXEIRA DOURADO JUNIOR

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIO EMILIO TEIXEIRA DOURADO JUNIOR
DATA: 17/03/2015
HORA: 08:30
LOCAL: CONSEC - CCS
TÍTULO:

Síndrome de Guillain-Barré: epidemiologia, prognóstico e fatores de risco


PALAVRAS-CHAVES:

Síndrome Guillain Barré, polimorfismo, transcritoma


PÁGINAS: 90
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Medicina
RESUMO:

Indrodução. A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma polineuropatia imuno-mediada e a principal causa de paralisia aguda neuromuscular. As principais variantes da síndrome são: polineuropatia desmielinizante inflamatória aguda (PDIA), a neuropatia axonal motora aguda (NAMA), a neuropatia axonal motora e sensitiva aguda (NAMSA) e a síndrome de Miller-Fisher. Há diferenças na distribuição geográfica das variantes em diferentes partes do mundo. A imunopatogênese não está totalmente esclarecida, mas há evidências de uma resposta imune aberrante induzida por infecção, resultante de mimetismo molecular, com formação de autoanticorpos, participação de ativação do complemento e citocinas, além de fatores individuais de susceptibilidade. Três subclasses de receptores da porção Fc das imunoglobulinas (FcγRIIa, FcγRIIIa e FcγRIIIb) apresentam polimorfismos bialélicos que afetam a afinidade para as subclasses de IgG e eficiência na resposta imune celular. Essas observações sugerem que a susceptibilidade individual é importante no desenvolvimento da doença. Não está definido se indivíduos portando diferentes alelos de FcγR têm risco para desenvolver a SGB e/ou uma forma severa desta doença. No Brasil, há poucos estudos epidemiológicos sobre a SGB, e nenhum determinou a frequência das variantes e suas manifestações clínicas. Neste estudo, caracterizamos a SGB e descrevemos as manifestações clínicas de um coorte de pacientes com SGB no Estado do Rio Grande do Norte, avaliamos se a variabilidade genotípica/fenotípica do FcγR está envolvida na SGB e determinamos a expressão gênica durante a fase sintomática e pós-recuperação.
Metodologia. Foram recrutados 149 casos de SGB diagnosticados entre 1994-2007, sendo avaliados os dados clínicos e laboratoriais de todos os participantes. O ADN foi extraído a partir do sangue periférico e anticorpos antigangliosídeos foram determinados no soro. Além disso, 141 pacientes e 364 doadores de sangue foram genotipados para FCGRIIA e FCGRIIIA, por PCR em tempo real TaqMan® SNP Genotyping Assays (C_9077561_20 and C_25815666_10, respectivamente), Applied Biosystems, CA, USA. A expressão gênica foi determinada usando RNAseq em 12 pessoas com doença, sendo avaliada a fase sintomática e pós-recuperação. Resultados. A incidência de GBS foi de 0,3/100 mil para o Estado do Rio Grande do Norte, sem aparente presença de sazonalidade e os casos ocorreram em uma idade mais jovem. A SGB foi precedida por infecções em 63,7%, sendo a diarréia associada a variante axonal (P=0,025). A polineuropatia desmielinizante inflamatória aguda (PDIA) foi a variante mais freqüente (81,8%) da SGB, seguida de neuropatia axonal motora aguda (AMAN) (14,7%) e neuropatia axonal motora e sensitiva aguda (NAMSA) (3,3%). A distribuição da fraqueza muscular correlacionou com as variantes, a fraqueza proximal ocorreu mais freqüentemente na PDIA e a fraqueza distal predominou na variante axonal. O nadir < 10 dias ocorreu em 84,6% dos indivíduos com a variante axonal comparados com 42,4% dos casos com PDIA (P<0,0001). A forma desmielinizante apresentou uma recuperação na deambulação mais rápida do que a variante axonal (P<0,0001). A mortalidade de GBS foi de 5,3%. O mau prognóstico aos 12 meses estava associado com a variante axonal (OR 17,063; P = 0,03) e com o tempo de melhorar um ponto na escala funcional de Hughes (OR 1,028; P = 0.03). A distribuição dos diferentes genótipos FcγRIIA em SGB e controles era: H ⁄ H genótipo 26 (18.57%) e 74 (20.44%), R ⁄ R genótipo 40 (28.57%) e 106 (29.28%), H ⁄ R genótipo 74 (52.86%) e 182 (50.28%), respectivamente. Para a distribuição dos genótipos de FcγRIIA em SGB, 66 (47.14%) tinham o genótipo P ⁄ P, 14 (10.00%) tinham o genótipo V ⁄ V e 60 (42.86%) eram heterozigotos com o genótipo P ⁄ V158. Nos controles, 180 (49.59%) tinham o genótipo P⁄P, 35 (9.64%) apresentavam o genótipo V ⁄ V e 148 (40.77%) eram heterozigotos com o genótipo P ⁄ V158. A frequência dos genótipos e dos alelos dos FcγR não foram diferentes entre os pacientes os controles (FCGRIIA p=0,367 e FCGRIIIA p=0,2430). Há diferenças na expressão gênica global na fase sintomática com identificação de possíveis vias gênicas envolvidas na patogênese. Conclusão. A incidência média anual da SGB foi de 0.3/100.000, sem sazonalidade. Houve um predomínio da variante desmielinizante e 50% dos casos tinham idade inferior a 20 anos. A variante axonal estava associada ao mal prognóstico. O diagnóstico precoce e a identificação da variante, acompanhara de intervenções adequados, resulta em diminuição da morbidade a longo prazo. Por último, o polimorfismo dos FCGR não influencia na susceptibilidade e nem no curso da SGB. Vias gênicas expressas diferencialmente parecem estar envolvidas na patogênese da doença.





MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ACARY SOUZA BULLE DE OLIVEIRA - UNIFESP
Externo ao Programa - 1513597 - JOAO PAULO MATOS SANTOS LIMA
Externo ao Programa - 1674643 - MARCOS ROMUALDO COSTA
Externo à Instituição - OSVALDO JOSE MOREIRA NASCIMENTO - UFF
Presidente - 350647 - SELMA MARIA BEZERRA JERONIMO
Notícia cadastrada em: 11/03/2015 09:33
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