Banca de QUALIFICAÇÃO: FELIPE MORAIS DE MELO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FELIPE MORAIS DE MELO
DATA : 15/12/2017
HORA: 14:00
LOCAL: SALA 321- DEPARTAMENTO DE LETRAS - CCHLA
TÍTULO:

AS TRILHAS DA ESCRITA NAS CARTAS OFICIAIS NORTE-RIOGRANDENSES (1713-1950) – TEORIA DA  (ORTO)GRAFIA, LINGUÍSTICA DE CORPUS E GRAFEMÁTICA HISTÓRICA

 


PALAVRAS-CHAVES:

Linguística Histórica. Cartas oficiais norte-rio-grandenses. Teoria da Escrita. Linguística de Corpus. Grafemática.


PÁGINAS: 135
RESUMO:

Higounet (2003) afirma que a escrita está no fundamento das ciências humanas. Para uma disciplina, em especial, que integra os estudos da linguagem, a Linguística Histórica, ela é a pedra angular. Sem os registros escritos que sobreviveram ao longo da história, não haveria diacronia da língua. Ainda assim, à escrita, como objeto linguístico autônomo e não como instrumento para outro fim (historiográfico ou fonético, por exemplo), têm sido dispensados esforços bastante reduzidos entres os estudos diacrônicos no domínio lusófono, reflexo, talvez, da ideia encontrada em algumas obras linguísticas clássicas de que havia um suposto caos (orto)gráfico no português de sincronias passadas. Este trabalho pretende, portanto, contribuir com esse campo de pesquisa abordando a língua escrita por três meios: o da reflexão, da constituição e da análise. No que diz respeito à reflexão, parte-se de um repasso crítico acerca do tratamento dedicado à língua escrita nos estudos linguísticos e chega-se ao exame das principais ideias focalizadas neste estudo sobre o funcionamento da escrita, sobretudo no que concerne à sua engrenagem na história da língua. Os autores responsáveis por essas principais ideias para se pensar uma teoria da escrita que permita compreender, com a maior precisão, seu funcionamento, máxime no eixo diacrônico, são notadamente: Vachek (1989b, 1989c, 1989d) para uma teoria linguística da escrita;  Cagliari (1996, 2001, 2001b, 2001c, 2001d, 2004, 2015) para uma teoria da ortografia; Frago Gracia (2002), Sánchez-Prieto Borja (1998, 1998b, 2008) e Ramírez Luengo (2012b, 2013, 2014, 2015, 2015b) para uma teoria da (orto)grafia voltada para a Linguística Histórica. Quanto ao segundo meio, o da constituição, revisa-se e reedita-se um corpus diacrônico, as cartas oficiais norte-rio-grandenses (Morais de Melo, 2012), gerando-se um conjunto de aproximadamente 26.000 palavras em 129 cartas, das quais 44,18% são inéditas. Todos os documentos desta reedição foram escritos no Rio Grande do Norte entre 1713 e 1950 e serão apresentados em edição fac-símile e semidiplomática com lição justalinear. Tocante ao terceiro meio, o da análise, realiza-se um estudo sobre o uso dos grafemas alfabéticos sem transcendência fônica nessas palavras por cada quarto de século ao longo dos 250 anos que as cartas oficiais atravessam e segundo 52 padrões de análise definidos, como o padrão {V<N>C-[<h>/<s>#]} para controlar o emprego de <m> ou <n> antes de determinadas consoantes e o padrão {C<ãe>#/<s>} para o exame das realizações grafemáticas de valor /ãj/. Um software desenvolvido para esta pesquisa rodará os 52 padrões sobre as cerca de 26.000 palavras a fim de que se possa verificar a existência de tendências gráficas ou, pelo contrário, confirmar o alegado estado de caos (orto)gráfico. As primeiras impressões retiradas dessa conjunção entre Teoria da Escrita, Linguística de Corpus e Grafemática, todas a serviço da Linguística Histórica, parecem indicar: 1º a escassez de trabalhos no mundo lusófono que façam análises grafemáticas em diacronia nas quais haja aplicação das reflexões sobre os mecanismos da língua escrita; 2º a existência de uma série de tendências gráficas e de um processo de estandarização da língua portuguesa escrita que contrariam qualquer assunção de que existia caos (orto)gráfico na escrita antiga. Nascem, assim, duas metas: a) levantar informações teóricas úteis para investigações em Grafemática Histórica (termo cunhado nesta tese para as pesquisas em Grafemática no domínio da Linguística Histórica), sugerindo-se métodos para sua aplicação; e b) rastrear as tendências gráficas manifestadas nas cartas oficiais norte-rio-grandenses nos séculos XVIII, XIX e XX, bem como o processo de estandarização em curso, examinando-os devidamente à luz das teorias da escrita.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2226795 - MARIA HOZANETE ALVES DE LIMA
Externo ao Programa - 1057540 - CARLA MARIA CUNHA
Externo à Instituição - MARIA DA CONCEIÇÃO CRISOSTOMO DE MEDEIROS GONÇALVES MATOS FLORES - UnP
Notícia cadastrada em: 13/12/2017 08:24
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